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Areta Ulhana Galat começou a fazer traduções do inglês para o português para guardar dinheiro para fazer um intercâmbio | Diego Pisante / Gazeta do Povo
Areta Ulhana Galat começou a fazer traduções do inglês para o português para guardar dinheiro para fazer um intercâmbio (Foto: Diego Pisante / Gazeta do Povo)

A ideia era juntar dinheiro para uma viagem de intercâmbio. Com esse estímulo, Areta Ulhana Galat, 56 anos, começou a fazer traduções do inglês para o português. No início, há mais de 20 anos, eram trabalhos simples. Depois de fazer faculdade em Letras e concluir um mestrado nos Estados Unidos, o grau de dificuldade no trabalho aumentou. Hoje, ela é procurada para fazer traduções de teses e dissertações na área médica.

Areta é coordenadora de Relações Internacionais do FAE Centro Universitário. Mesmo não se dedicando à tradução na maior parte do tempo, afirma que a dedicação aos estudos é fundamental para traduzir textos. "Eu pesquiso, assisto a filmes, mantenho a leitura atualizada. Se tenho de fazer tradução sobre certo assunto, imprimo vários artigos em inglês para me familiarizar com o tema e com os jargões da área", explica Areta, que também procura conversar com o autor para entender as intenções dele com o texto.

Entretanto, a tradução de livros, filmes e até de alguns documentos raramente permite essa aproximação. É aí que entram a sensibilidade e o cuidado ao usar o próprio repertório diante de ideias e pensamentos alheios.

Formação

Para se tornar um tradutor, é necessário bom desempenho em uma língua estrangeira e conhecer problemas práticos, teóricos e políticos relacionados a cada cultura. Além disso, é fundamental o domínio da língua portuguesa e da redação em diferentes formas. A opinião é do professor de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Caetano Waldrigues Galindo, que já traduziu mais de 20 livros para o inglês, italiano, romeno e português e traz na bagagem traduções de ensaios acadêmicos, poesias, memórias, diários, peças de teatro, contos e romances dos séculos 18 ao 21.

Galindo conta que um bom tradutor é aquele que tem amplo repertório, um bom texto e uma boa compreensão da realidade linguística brasileira. Revela que o dia a dia da profissão pode ser bastante puxado. "Na tradução técnica, a rotina é estar 100% on-line e à disposição. Frequentemente, os trabalhos chegam num dia e têm de ser entregues no dia seguinte, quando não em questão de horas. A tradução literária normalmente lida com textos maiores. A rotina é assim: você acorda, senta, traduz, levanta e dorme", diz.

O reconhecimento da profissão de tradutor aconteceu em 1988, mas nenhuma formação acadêmica é obrigatória. Não há a determinação de um piso salarial e, embora o Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra) tenha em seu site uma tabela de preços a serem cobrados pelos diferentes trabalhos, a remuneração varia muito, especialmente de acordo com a experiência do tradutor.

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