Pelo menos quatro turmas de universidades diferentes se sentiram prejudicadas pelo fechamento da agência de formaturas Briefing, no mês passado. Entre as denúncias estão a ausência da prestação de serviços e a perda de dinheiro. Além das queixas dos alunos, um investidor reclama na Justiça a aplicação de R$ 35 mil no negócio. A empresa, no entanto, nega as acusações e diz ser vítima de especulações de mercado.
O caso veio à tona quando alunos de Medicina Veterinária da UFPR relataram que a empresa teria sumido com R$ 29 mil pagos pela turma. A presidente da comissão de formatura, Bianca Toaldo, diz que os alunos perderam o contato com a Briefing após terem assinado um termo de rescisão de contrato em que a empresa teria se comprometido a devolver R$ 10 mil.
"Queríamos todo o dinheiro, mas disseram que não era possível. Depois, o advogado da Briefing nos disse que um sócio não concordou com o termo e eles sumiram", diz Bianca, contando que os alunos se preparam para entrar com uma ação judicial.
Má pagadora
A turma de Sofia Burakowfki, aluna de Publicidade e Propaganda na UniBrasil, se forma em 2014. O contrato com a Briefing foi fechado no ano passado e os primeiros indícios de que a empresa não ia bem surgiram a partir de comentários de fornecedores, que relatavam a fama de má pagadora da agência.
Sofia e os colegas tinham uma sessão de fotos agendada para o dia em que a empresa fechou. Pela manhã, o serviço foi desmarcado e a comissão de formatura não conseguiu mais contato. "A presidente foi até lá e viu tudo fechado", diz Sofia, que também é membro da comissão. A estudante relata que a empresa não contratou vários serviços pagos. Os R$ 3 mil arrecadados com uma rifa não foram usados e nem retornaram aos alunos.
Embora a formatura da turma de Agronomia da UFPR tenha ocorrido em março, a comissão reclama que a Briefing deixou de pagar prestadores de serviço. André de Tullio conta que as cobranças passaram a ser feitas aos formandos. "Eles [Briefing] só deram suporte na hora de tirar foto em frente da Federal", diz. Um churrasco e um campeonato que teriam sido prometidos pela empresa nunca foram organizados.
Um aluno de Engenharia Civil da PUCPR que não quis ser identificado também se queixou que a empresa teria confirmado a reserva de um salão de festas, o que não ocorreu. "Estava tudo bem. De repente, nos chamam e dizem que a empresa vai fechar e não teremos o dinheiro de volta", afirma.
Investidor
O investidor Flavio Henrique Ferrer está processando a Briefing por quebra de contrato. Ferrer diz ter emprestado R$ 35 mil aos sócios da empresa para que ela se restabelecesse. O acordo incluía 50 contratos, nos quais Ferrer ficaria com 5% dos lucros. "Foram fechados acordos com cerca de 30 turmas [entre setembro de 2012 e março de 2013]. Eram contratos que variavam de R$ 80 mil a 400 mil e ninguém nos informou sobre eles", diz Ferrer. Joel Leonel Júnior, sócio da Briefing, confirma a dívida com Ferrer, mas diz que o valor da multa rescisória é alto demais e o setor jurídico da empresa estuda alternativas. Ele nega, no entanto, que a empresa tenha ocultado informações de contratos.