Mercado Briefing diz ser vítima de especulações
Um dos sócios da Briefing, Joel Leonel Júnior, disse à Gazeta do Povo que a empresa fechou por dificuldades financeiras. Ele conta que os contratos foram assumidos pela Multieventos Formaturas sem qualquer prejuízo para os formandos. No caso da turma de Veterinária da UFPR, Leonel conta que os estudantes haviam optado pela rescisão do contrato antes que a Multieventos assumisse a organização da festa e, por isso, houve a cobrança de multa.
Sobre as outras reclamações, ele alega que os itens citados não constavam em contrato e que a empresa não pode ser responsabilizada por "promessas de vendedor". Para ele, a onda de reclamações é movida por estudantes que pretendem ganhar algum dinheiro com o caso e estimulada por concorrentes da Briefing. "Tudo o que estava no contrato foi feito", afirma.
Multieventos
A Multieventos confirma a compra de vários contratos da Briefing, ganhos em uma disputa com outras empresas, mas alega que a opção foi apenas comercial, sem qualquer outro envolvimento com os sócios da Briefing. "Somente depois de a turma dar anuência é que se confirmava a concessão de contrato. As turmas foram livres para escolher se queriam ou não permanecer conosco", diz Daniele Sayuri, sócia da Multieventos. (JDL)
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Pelo menos quatro turmas de universidades diferentes se sentiram prejudicadas pelo fechamento da agência de formaturas Briefing, no mês passado. Entre as denúncias estão a ausência da prestação de serviços e a perda de dinheiro. Além das queixas dos alunos, um investidor reclama na Justiça a aplicação de R$ 35 mil no negócio. A empresa, no entanto, nega as acusações e diz ser vítima de especulações de mercado.
O caso veio à tona quando alunos de Medicina Veterinária da UFPR relataram que a empresa teria sumido com R$ 29 mil pagos pela turma. A presidente da comissão de formatura, Bianca Toaldo, diz que os alunos perderam o contato com a Briefing após terem assinado um termo de rescisão de contrato em que a empresa teria se comprometido a devolver R$ 10 mil.
"Queríamos todo o dinheiro, mas disseram que não era possível. Depois, o advogado da Briefing nos disse que um sócio não concordou com o termo e eles sumiram", diz Bianca, contando que os alunos se preparam para entrar com uma ação judicial.
Má pagadora
A turma de Sofia Burakowfki, aluna de Publicidade e Propaganda na UniBrasil, se forma em 2014. O contrato com a Briefing foi fechado no ano passado e os primeiros indícios de que a empresa não ia bem surgiram a partir de comentários de fornecedores, que relatavam a fama de má pagadora da agência.
Sofia e os colegas tinham uma sessão de fotos agendada para o dia em que a empresa fechou. Pela manhã, o serviço foi desmarcado e a comissão de formatura não conseguiu mais contato. "A presidente foi até lá e viu tudo fechado", diz Sofia, que também é membro da comissão. A estudante relata que a empresa não contratou vários serviços pagos. Os R$ 3 mil arrecadados com uma rifa não foram usados e nem retornaram aos alunos.
Embora a formatura da turma de Agronomia da UFPR tenha ocorrido em março, a comissão reclama que a Briefing deixou de pagar prestadores de serviço. André de Tullio conta que as cobranças passaram a ser feitas aos formandos. "Eles [Briefing] só deram suporte na hora de tirar foto em frente da Federal", diz. Um churrasco e um campeonato que teriam sido prometidos pela empresa nunca foram organizados.
Um aluno de Engenharia Civil da PUCPR que não quis ser identificado também se queixou que a empresa teria confirmado a reserva de um salão de festas, o que não ocorreu. "Estava tudo bem. De repente, nos chamam e dizem que a empresa vai fechar e não teremos o dinheiro de volta", afirma.
Investidor
O investidor Flavio Henrique Ferrer está processando a Briefing por quebra de contrato. Ferrer diz ter emprestado R$ 35 mil aos sócios da empresa para que ela se restabelecesse. O acordo incluía 50 contratos, nos quais Ferrer ficaria com 5% dos lucros. "Foram fechados acordos com cerca de 30 turmas [entre setembro de 2012 e março de 2013]. Eram contratos que variavam de R$ 80 mil a 400 mil e ninguém nos informou sobre eles", diz Ferrer. Joel Leonel Júnior, sócio da Briefing, confirma a dívida com Ferrer, mas diz que o valor da multa rescisória é alto demais e o setor jurídico da empresa estuda alternativas. Ele nega, no entanto, que a empresa tenha ocultado informações de contratos.