O hobby e o estudo não estão distantes
Ele era tido como o "palhaço" da turma e foi pelo empurrão dos amigos da faculdade de Engenharia Química que Lelo Mattos, 22 anos, subiu ao palco para seu primeiro stand-up. "Foi horrível, ninguém ria, mas peguei paixão pela coisa", diz. A carreira foi interrompida quando Lelo pegou três dependências na facul.
Longe do microfone por um ano e meio, o estudante do quarto ano da Federal do Paraná aproveitou para recuperar as notas e fazer estágio na área. Mas já voltou à ativa. "A greve teve um lado bom, facilitou a minha volta ao palco", brinca.
Outro estudante que se vê às voltas com provas e trabalhos da faculdade enquanto investe na carreira de comediante é Carlos Alexandre, 30 anos. ele está terminando a faculdade de Jornalismo no Rio Grande do Sul e conta que a rotina nem sempre é favorável à criatividade, ainda que o hobby e o estudo não estejam tão distantes. "Como no Jornalismo, no stand-up também temos de escrever bastante, ter senso crítico e lidar com a verdade", diz.
Timidez não combina com a faculdade de Jornalismo. E nem com a de humorista de stand-up. Mas foi unindo essas duas coisas que Pedro Lemos, 20 anos, da Universidade Positivo, conseguiu se tornar mais extrovertido. Ele que sofria até mesmo para apresentar trabalhos em sala de aula, hoje sobe aos palcos de Curitiba e São Paulo. Ainda que esse desenvolvimento sirva para a profissão de jornalista, Pedro confessa que seu interesse mesmo não é usar o microfone para entrevistas e, sim, para arrancar gargalhadas. "Se der para conciliar as duas carreiras, ótimo. Senão, fico com o stand-up", brinca.
Outro apaixonado pela comédia que tem usado o que aprende em sala de aula no mundo do humor é Giuliano Madalosso, 22 anos. Aluno do último ano de Relações Públicas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Giuliano conta que fez cinco apresentações e parou por aí. "Hoje prefiro ajudar na produção dos humoristas locais mesmo", conta. Giuliano também é sócio do Comedy Club, local onde se concentra a maior parte das apresentações de stand-up da cidade.
E nesse ambiente também circula Diogo Almeida, 29 anos. Ele foi o campeão no torneio de Open-Mic (quando o microfone fica "aberto" para pessoas da plateia) do Comedy Club. Diogo trabalha como analista de recursos humanos e faz um curso tecnólogo na área. As habilidades que desenvolveu trabalhando têm se mostrado aliadas na hora de avaliar a plateia e suas reações. "Se os palavrões não estão sendo bem recebidos, partimos para um lado mais do cotidiano e assim vemos o que está funcionando", afirma.
O ambiente de trabalho e a sala de aula também acabam entrando na onda da comédia, segundo Diogo. "Acontece de eu falar certas coisas e ouvir alguém dizer que não achou graça. Aí eu tenho de explicar que realmente estava falando sério. Todos esperam que você vá sempre fazer algo engraçado", diz.
Vida e Cidadania | 4:24
O caderno Vida na Universidade conversou com quatro universitários que estão na onda do stand-up comedy. Veja como eles entraram nessa e como fazem para conciliar estudos e piadas.
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