Se a formatura significa um alívio e um adeus definitivo à universidade para alguns, o momento é encarado com profunda angústia por outros. Trata-se do início de uma etapa em que o recém-formado estará longe do ambiente acadêmico e dos colegas e ausente das acaloradas discussões em sala de aula. Nem sempre é preciso que isso ocorra. Associações ou comunidades de ex-alunos têm o propósito de estimular o relacionamento entre quem já se formou e abrem espaço para que o contato com a instituição continue.
É o caso da Alumni, associação de egressos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que congrega hoje cerca de 5 mil pessoas em todo o estado. Um dos membros é André Luiz de Queiroz, 29 anos, formado em Desenho Industrial e Direito pela instituição. "Muitos universitários não percebem, mas é quando a gente sai que damos conta do quanto aquele ambiente faz falta. O motivo principal [de estar na Alumni] é dar continuidade ao relacionamento com a universidade. O restante é acessório", afirma Queiroz, associado há cerca de um ano.
Das vantagens concedidas a partir da Alumni, o uso da biblioteca é a que Queiroz mais aproveita, comparecendo ao local toda semana. Além do acervo disponível e entre outros benefícios, os associados ganham desconto na mensalidade de qualquer curso ofertado pela universidade e pagam o mesmo valor cobrado a qualquer aluno para usar a piscina e a academia da instituição. "A ideia é abrir portas. Eles viviam no câmpus e queremos oferecer a continuidade dessa experiência a eles", diz Fabiana Ayrosa Iwankiw, coordenadora do Alumni.
Networking
O caráter mais institucional da Alumni, adotado e definido pela PUCPR como um projeto estratégico, é, contudo, uma raridade no país. A maioria das associações de egressos, especialmente em instituições públicas, nasce da iniciativa dos próprios alunos e quase sempre é movimentada por voluntários.
Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por exemplo, a Associação de Ex-Alunos do Curso de Agronomia é levada adiante por um egresso que hoje é docente na instituição. O professor Wilson Stori Venâncio conta que a associação foi criada há 25 anos, no papel, logo que a primeira turma se formou, mas somente em 2011, quando houve um reencontro desse grupo, é que a entidade passou a funcionar de fato.
Embora as atividades da associação ainda estejam em estágio inicial, o professor tem um objetivo claro para o funcionamento da associação, que deve contribuir para uma boa colocação dos ex-alunos no mercado de trabalho. "A ideia é gerar integração e uma rede de informações ativa sobre a área para os egressos", diz Venâncio. O perfil de auxílio profissional que a associação vem ganhando é exemplificado pelo espaço virtual no qual os membros se encontram, uma comunidade do LinkedIn.
