R$ 3.590
é o preço aproximado de um curso intensivo de espanhol em Santiago, no Chile. O pacote inclui hospedagem em residência universitária durante 30 dias. Os cursos oferecidos pelo programa colombiano ELE, a ser lançado em março, devem ter preço inicial de R$ 2 mil.
Nada melhor do que uma experiência de imersão no exterior para ganhar fluência em um idioma. A concretização disso pode esbarrar no bolso, já que o preço de um bom curso somado à passagem aérea, hospedagem e outros gastos costuma ser alto. No entanto, para quem busca fluência em espanhol, há opções na América Latina tão boas quanto as existentes na Espanha. E muito mais baratas.
Segundo a professora Inêz Gaias, do curso de Letras Português-Espanhol da PUCPR, há poucos anos, os brasileiros tinham somente a Espanha como referência no ensino do espanhol. "Havia uma atenção exclusiva ao espanhol ibérico, como se a América Hispânica não existisse." A maior parte dos livros usados em cursos de idiomas vinha da Espanha e pouco citava os outros 20 países espalhados pelo mundo que têm a língua espanhola como oficial.
Para Inêz, dois fatores principais têm mudado essa visão: o fortalecimento das relações que o Brasil tem com seus vizinhos e a sanção da Lei 1.161, de 2005, que institui a obrigatoriedade da oferta do espanhol em todos os colégios de ensino médio. Depois dessa lei, vários países sul-americanos passaram a oferecer seus serviços para formar professores e receber alunos brasileiros.
O incentivo oficial e a evidente diferença nos custos, quando comparados ao que se gasta com intercâmbios na Espanha, têm favorecido os vizinhos do Brasil como receptores de estudantes do idioma. A diferença entre opções de cursos na Espanha e no Chile, por exemplo, chega a até 32%, incluindo hospedagem em residência universitária e sem contar alimentação. Quando só as passagens aéreas são consideradas, a economia é muito maior. Enquanto o preço para Madri está em torno de R$ 1,7 mil, o bilhete para Santiago fica na casa dos R$ 600.
Tratamento
Além da questão financeira, Inêz destaca a diferença no tratamento oferecido aos acadêmicos brasileiros. "Há muitas universidades argentinas que oferecem cursos de espanhol específicos para brasileiros", destaca. Segundo ela, um problema comum na Espanha é que as turmas são formadas por várias nacionalidades. "Coreanos e norte-americanos, por exemplo, aprendem de modo muito diferente de nós", explica.
Colômbia quer estudantes brasileiros
A Colômbia quer se tornar um polo do ensino de espanhol para estrangeiros na América Latina. Em novembro de 2012, representantes do governo colombiano participaram de um evento em Curitiba sobre a internacionalização do ensino superior e aproveitaram a oportunidade para divulgar os projetos do país na área.
O programa Espanhol como Língua Estrangeira (ELE), a ser lançado oficialmente em março, deve atrair estudantes de países que não têm o espanhol como língua oficial para uma experiência de imersão. O Brasil é o principal foco. "Haverá um sistema integrado entre universidades que permitirá ao estudante passar por três cidades diferentes com o mesmo passaporte", explica Natalia Jaramillo Manjarrés, do Ministério da Educação da Colômbia. A integração nacional do projeto também prevê a criação de uma rota turística associada ao programa acadêmico e várias modalidades de bolsas para estrangeiros.
Segundo dados do Sistema Internacional de Certificação do Espanhol como Língua Estrangeira, em 2010, a Colômbia recebeu mais estudantes para aprender o idioma do que Argentina e Chile, mas permanece atrás do México e da Costa Rica. Embora a Espanha permaneça sendo o destino preferencial, a Colômbia pretende assumir a liderança no ensino de espanhol na América Latina.
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