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 | Gilberto Yamamoto / Gazeta do Povo
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À caça de pesquisadores

A professora Lídia Weber estuda temas relacionados à adoção há pelo menos 20 anos. Com o fim da orientação da dissertação sobre adoção tardia, ela pretende dar início a uma investigação sobre o comportamento de famílias que adotam crianças com algum tipo de deficiência. Mestrandos e doutorandos da UFPR de áreas afins, como Educação, Psicologia e Direito, interessados no tema podem entrar em contato pelo e-mail lidia@ufpr.br.

A relação entre pais e filhos adotivos e possíveis preconceitos sofridos pelas crianças na escola em casos de adoção tardia foram o foco de um estudo concluído recentemente na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A adoção de meninos e meninas entre 2 e 17 anos é pouco investigada nas universidades brasileiras. Para levantar os dados, a mestranda em Educação Cristina Pereira contou com a participação de 50 famílias adotantes de vários estados brasileiros.

Com orientação da professora Lídia Weber, do Departamento de Psicologia da UFPR, um dos resultados do trabalho de Cristina mostra que os laços afetivos entre pais e crianças adotadas tardiamente foram imediatos em 32% dos casos e graduais em 30%. Outra constatação é que 72% dos filhos passaram a chamar aqueles que os adotaram de pai e mãe em até um mês de convivência.

"Os dados nos revelam que as famílias estão mais dispostas a adotar crianças mais velhas do que se pensa. Isso nos faz pensar que, se ela não acontece como deveria, é culpa não da falta de interesse, mas do próprio preparo da sociedade e das instituições", diz Lídia. Segundo a professora, cerca de 60 mil crianças nessa faixa etária aguardam por um lar em todo o país. Dessas, apenas 10% estão disponíveis. Além da burocracia, é preciso que não haja mais nenhuma possibilidade de a criança voltar à família biológica.

Em relação à convivência escolar, o estudo indica que 62% dos entrevistados disseram que a criança não passou por nenhum tipo de constrangimento na escola. Em 32% dos casos, foi relatado algum tipo de discriminação.

Participante

A publicitária Fernanda Pauliv de Souza, 39 anos, foi uma das entrevistadas da pesquisa. Há mais de três anos, ela e o marido adotaram duas meninas que na época tinham 4 e 7 anos. O plano inicial era adotar crianças com até 5 anos, mas, quando surgiu a possibilidade de ficarem com duas irmãs, não tiverem dúvidas.

"A adaptação foi tranquila. No dia seguinte elas me chamavam de mãe", conta. Entre as vantagens de adotar uma criança mais velha, Fernanda aponta o companheirismo das meninas que, por não serem mais bebês, podiam passear e viajar com o casal.Metodologia

Para coletar os dados para o estudo sobre adoção tardia, foram aplicados questionários a 50 famílias do país inteiro que adotaram crianças, de ambos os sexos, quando tinham pelo menos 2 anos de idade. Além desse critério, os filhos das famílias escolhidas deveriam ter, na época do contato com as pesquisadoras, entre 5 e 17 anos. Entre os pais entrevistados, 90% eram mulheres e a faixa etária ficou entre 26 e 62 anos.

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