Dicas
Confira algumas sugestões de professores e bolsistas para conquistar a oportunidade dos seus sonhos.
Aulas e museu
Gilberto Abelha / Agência de Notícias Gazeta do PovoEstudante de Licenciatura em Biologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Katiuska Tuttis (foto), 23 anos, teve duas experiências diferentes como bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) em 2012 que enriqueceram seu currículo: auxiliou uma professora durante as aulas em um colégio estadual e foi monitora no Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina. "Na escola, era gratificante ter contato com a evolução do aprendizado das crianças e, no museu, elas vêm até você para participar das experiências em um conceito diferente do da sala de aula", conta. Entre os experimentos apresentados por Katiuska aos visitantes do museu estão a extração de DNA, a higiene das mãos e uma atividade sobre doenças sexualmente transmissíveis.
Com ressalvas
Arquivo pessoalEduardo Martinez (foto), 21 anos, é um dos alunos que conseguiram uma bolsa pelo programa Ciência sem Fronteiras. Há quatro meses na Inglaterra, ele cursa Engenharia Mecânica na Universidade de Londres. Foi o bom desempenho acadêmico que levou à conquista de uma vaga. Além de ter sido o aluno com maior média durante os quatro anos que estudou na UTFPR, ele fez um ano e meio de pesquisa financiada pelo CNPq, período em que publicou dois artigos em periódicos internacionais. Apesar de considerar o programa excelente, Eduardo lamenta não ter conseguido cursar as matérias que faltam para concluir o curso no Brasil. "Eu queria realizar um TCC internacional. Não posso ter os créditos [das matérias cursadas em Londres] nem como disciplinas optativas se as mesmas não são ofertadas na grade do curso brasileiro", diz. Ele lembra que isso faz com que intercambistas levem um pouco mais de tempo para se formar.
Rumo à África
O nível de inglês não era o suficiente para ir para os EUA, mas foi o suficiente para garantir uma vaga na Universidade de Johannesburgo, na África do Sul. Essa foi uma das etapas enfrentadas por Renan Francisco Soares, 22 anos, aluno de Engenharia Mecânica, para deixar o câmpus de Cornélio Procópio da UTFPR e partir para o continente africano em 2012. O convênio entre as duas universidades existe desde 2000 e a seleção leva em conta o rendimento acadêmico, o domínio da língua e os semestres já cursados. "Foi uma grande experiência pessoal. Não teria vivenciado muitas situações em outros lugares", conta o jovem, que passou um semestre estudando e outro fazendo estágio.
Pibid
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência é uma das maiores oportunidades para quem cursa licenciaturas. Em troca da bolsa, que varia de R$ 400 a R$ 1,5 mil, o universitário desenvolve trabalhos em escolas públicas e outras instituições. Em todo o país, são 40 mil as bolsas oferecidas.
Na UEL, atualmente 844 estudantes de 15 licenciaturas estão envolvidos com o programa. De acordo com o coordenador do programa na UEL, Sergio de Mello Arruda, essa é uma boa oportunidade e incentivo para os estudantes se tornarem professores.
Serviço
As inscrições para concorrer bolsas do Ciência sem Fronteiras devem ser feitas até as 23h59 do dia 25 de janeiro no site do programa. No site do Erasmus Mundus, é possível se candidatar a bolsas e obter informações sobre os cursos.
Para aqueles que planejam fazer uma pós-graduação para dar continuidade aos estudos ou enriquecer o currículo com intercâmbios durante a graduação, nada melhor que uma bolsa de estudos que garanta dinheiro e tempo suficientes para que o aluno se dedique, ao máximo, aos trabalhos acadêmicos. Essa é a realidade de milhares de bolsistas que enfrentam editais e burocracias para conseguir o auxílio.
Hoje, o programa federal Ciência sem Fronteiras é uma das opções mais cobiçadas por universitários. O prazo de inscrição para centenas de bolsas de graduação sanduíche em 15 países foi prorrogado até a próxima sexta-feira e o valor do auxílio pode chegar a US$ 3.680. Para participar da seleção, é preciso estar matriculado em um curso que faça parte das áreas prioritárias do programa e ter obtido ao menos 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O programa também tem bolsas para modalidades de doutorado.
Outras oportunidades de bolsa podem ser descobertas pelos estudantes na instituição em que estudam. Convênios com universidades estrangeiras geralmente envolvem esse tipo de auxílio. Segundo Larissa Cristina Dal Piva Moreira, coordenadora de Relações Internacionais da Universidade Positivo (UP), o aluno deve ficar atento a chamadas de instituições nacionais e estrangeiras que financiam pesquisa, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O setor de relações internacionais das universidades é um local que concentra informações importantes a futuros bolsistas. "Para conseguir bolsa, é bom ter um projeto ou plano de estudos que seja de interesse para um professor em uma instituição estrangeira, o que permitirá uma carta de aceite de orientação. É importante pesquisar os contatos dos pesquisadores e professores que escrevem sobre a sua área de estudo", aconselha Larissa.
No estrangeiro
Entretanto, o estudante não precisa ficar restrito a oportunidades nacionais. Programas estrangeiros também oferecem bolsas a brasileiros. O Erasmus Mundus, por exemplo, promove a mobilidade de alunos entre instituições europeias e tem uma de suas linhas voltada a quem mora em países fora da Europa. São opções de bolsas de mestrado, doutorado e intercâmbio a estudantes ou professores vinculados a uma universidade parceira do programa.
Com três bolsas de estudos no currículo, Mateus Carvalho Basilio, 33 anos, contou com auxílios da Capes e do CNPq. "Sempre tive o objetivo de ser pesquisador e fiz tudo o que era preciso para isso. Ao partir para a vida acadêmica, é muito importante ter dedicação e comprometimento", conta Basilio, que hoje é pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
>>> Conte a sua experiência! Você já conquistou uma bolsa de estudos? Como foi o processo de seleção e qual foi a etapa mais difícil? Deixe seu comentário abaixo!
>>> Saiba quais são as dicas passadas por professores e bolsistas para conquistar a oportunidade dos seus sonhos:
Nada de preguiça
Ao procurar uma universidade, programa ou curso interessante para a sua carreira, não economize tempo e pesquise muito. Cada instituição tem regras específicas. Faça uma lista e anote os principais detalhes sobre o funcionamento delas.
Na hora da inscrição
Preencha todo o formulário de inscrição e providencie todos os documentos necessários. Comece o processo o quanto antes, pois traduções oficiais para outros idiomas e tempo de correio podem ser necessários.
Pergunte aos experientes
Muitos professores e orientadores têm experiência em assessorar estudantes na aquisição de bolsas de estudo. Procure também conversar com estudantes que já passaram pela experiência e pesquise grupos de discussão na internet.
Analise a bolsa
Cada programa tem bolsas com coberturas diferentes. Enquanto algumas são integrais e custeiam acomodação, alimentação, transporte e material didático, outras oferecem um valor pré-determinado, deixando o estudante livre para decidir em que vai gastar. Se for uma bolsa internacional, considere o custo de vida na cidade onde vai morar.
Prepare seu currículo
Se pensa em pleitear uma bolsa, veja em que pode melhorar para se tornar um forte candidato. Há fatores que dependem do seu desempenho. Entre os mais comuns estão o desempenho no ensino médio ou durante a graduação, trabalhos voluntários, criatividade, participação em olimpíadas de conhecimento, projetos de iniciação científica e a redação feita para o processo seletivo.
Na ponta da língua
Recentemente, o ministro da Educação Aloizio Mercadante recomendou aos estudantes que buscam bolsas de estudo fora do país que aprimorem o estudo da língua estrangeira para facilitar o processo de ingresso nas instituições internacionais.
Frente a frente
Alguns programas podem exigir entrevistas presenciais para a obtenção de bolsas. Lembre-se de que o objetivo é se certificar das intenções do estudante, seu grau de comprometimento e de maturidade. Não deixe de mencionar o seu interesse em aplicar o conhecimento adquirido em seu país ou instituição de origem.
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