Apontadas como fatores de distração e responsáveis por prejudicar o desempenho dos estudantes, as redes sociais também podem trabalhar a favor do aprendizado. Na internet, professores antenados nos hábitos dos alunos têm obtido resultados melhores do que qualquer tática presencial.
Os alunos de Ciências Contábeis da UFPR, por exemplo, a pedido do professor Jorge Scarpin, tiram dúvidas em um grupo mantido pela turma no Facebook. "Eles postam como comentário e, se eu estou on-line, respondo na hora. Muitas vezes são os colegas que veem antes e se ajudam, debatem e chegam à resposta certa", conta.
No mesmo canal, os alunos recebem atividades e links para vídeos gravados pelo professor com o resumo das aulas. Na hora de estudar, basta passar alguns minutos diante do YouTube para ter uma boa revisão.
O Facebook também é usado com frequência pelo professor Douglas Zela, coordenador da pós-graduação em Marketing da FAE Centro Universitário. Ele mantém uma fan page com o seu nome na rede, na qual publica estudos, gráficos e notícias usados em sala de aula. "A gente precisa ter conhecimento sobre as ferramentas para fazer bom uso delas e oferecer o melhor a quem nos segue na rede", defende.
As redes sociais também podem ser mais do que uma alternativa pedagógica. O professor Leonardo Joucowski, do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Curitiba, conta que a eficácia desse meio na disseminação de informação é objeto de estudo constante nas aulas. "Dou aula sobre redes sociais para pessoas que nasceram no mundo digital e ficam quase 24 horas por dia conectadas ao Facebook. Naturalmente, preciso estar muito ligado no assunto."
Segundo o professor, uma das contribuições mais importantes que pode dar aos alunos é ensiná-los a compreender melhor a ferramenta e a usá-la de modo mais estratégico. "Muita gente vive naquela rede social sem saber exatamente o que fazer nela. Há muitas oportunidades a serem exploradas."