Encarado como uma forma econômica geradora de renda ligada principalmente à atividade agrícola, o cooperativismo é aprofundado e ganha novas perspectivas dentro das universidades. A prática é definida pelos especialistas como uma forma de integração baseada no relacionamento entre pessoas que se organizam e buscam atingir, em conjunto, objetivos coletivos e individuais em qualquer segmento.
A atividade está em pleno desenvolvimento no Paraná. Atualmente, são 230 cooperativas, agrupando um milhão de cooperados e 70 mil colaboradores, registradas no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Além das associações agrícolas, também são populares as cooperativas de saúde e de crédito.
"Tento passar aos alunos o diferencial de conhecer a lógica interna das cooperativas, como um movimento. Mas noto que alguns ainda enxergam as cooperativas apenas como uma forma econômica, uma opção de obter mais renda", afirma o professor do curso de Administração da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) Antonio João Hocayen da Silva, que tem o cooperativismo e o associativismo entre suas linhas de pesquisa. Ele defende que o cooperativismo seja pensado em termos de filosofia, o que pode servir como bagagem extra na formação acadêmica.
Ação
Na mesma linha, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) parte de um programa de extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem o intuito de colocar alunos em contato com associações populares espalhadas pelo estado para formar um profissional consciente das problemáticas sociais relacionadas às estruturas organizacionais. A iniciativa também tem como objetivo propor melhorias às cooperativas a partir de estudos e pesquisas. "Mais do que trabalhar com cooperativas, os alunos do projeto trabalham com questões de cidadania em um ambiente aberto à colaboração e à troca de conhecimento", afirma o coordenador do projeto, professor Luiz Panhoca.