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Produção científica

Ter boa classificação na lista Qualis é a meta das revistas científicas

 | Felipe Lima / Gazeta do Povo
(Foto: Felipe Lima / Gazeta do Povo)

A consulta a artigos científicos é essencial para pesquisadores de pós-graduação, mas, diante da vasta oferta de periódicos, estudantes de mestrado e doutorado precisam de um guia que os auxilie a encontrar aquilo que é mais relevante, sem gastar tanto tempo com a busca. Para facilitar a vida dos pós-graduandos, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) criou o sistema de classificação Qualis, lista de revistas científicas que foi recentemente atualizada e serve como critério para avaliação dos programas de pós-graduação em todo o país.

Em outubro, a Capes promoveu a Avaliação Trienal 2013, encontro de consultores que avaliou cada um dos 5,7 mil cursos de mestrado e doutorado do país, com base nas atividades de 2010, 2011 e 2012. Programas responsáveis pela publicação de revistas científicas bem conceituadas ganham pontos, contribuem com o reconhecimento do curso e aumentam a possibilidade de bolsas de estudo para os pesquisadores, pagas pela própria Capes. O resultado da última análise ainda não foi divulgado.

Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Edilson Sergio Silveira, embora muitos acadêmicos vejam a lista como um ranking de qualidade, a Capes insiste em dizer que ela foi criada para avaliar os programas de pós-graduação e não a qualidade dos artigos publicados naquela revista, necessariamente. "A classificação tem mais a ver com o impacto na área, com o número de citações, mas é claro que revistas com conceitos não tão altos também publicam bons artigos", observa Silveira.

Mudança

A avaliação trienal deste ano é a segunda que segue o novo parâmetro usado pelo Qualis, estabelecido em 2009, que deu fim à divisão entre publicações nacionais e internacionais. A opção acabou "rebaixando" várias revistas brasileiras, já que passaram a ser comparadas diretamente com publicações da Europa e dos Estados Unidos.

Apesar de a lista ter ficado mais competitiva, ainda há revistas nacionais no estrato A1, o mais elevado, como o caso da revista Aletria, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na área de Filosofia, ou o Caderno de Estudos Linguísticos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na área de Letras.

Atraso de nota é alvo de críticas

Uma crítica frequente feita por pesquisadores ao sistema Qualis é o fato de que as avaliações servem apenas para anos anteriores. Assim, um pesquisador que publicou um artigo em 2012 só saberá no ano seguinte o conceito da revista naquela época.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPR, Edilson Sergio Silveira, entretanto, se o pesquisador direcionar sua produção para uma revista que comumente aparece bem colocada, o risco de a publicação perder relevância é pequeno, já que a variação nas avaliações quase sempre se dá entre estratos vizinhos – uma revista pode migrar de A2 para B1, por exemplo, mas dificilmente vai de A1 a B3.

Notas diferentes

Outro aspecto que confunde os pós-graduandos é o fato de que uma mesma revista pode ser classificada em mais de uma área e receber conceitos diferentes em cada uma delas. A revista Ra’e Ga, da UFPR, por exemplo, tem conceito A2 na área de Geografia, mas é B1 na lista de Ciência Política.

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