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Pesquisa

UEL desenvolve cadeira movida a sopro

O mestrando Edno Gentilho Júnior (à direita) faz parte do grupo de 22 pessoas que estiveram envolvidas com o projeto. O protótipo foi testado recentemente por paratletas. | Gilberto Abelha / Gazeta do Povo
O mestrando Edno Gentilho Júnior (à direita) faz parte do grupo de 22 pessoas que estiveram envolvidas com o projeto. O protótipo foi testado recentemente por paratletas. (Foto: Gilberto Abelha / Gazeta do Povo)

Quatorze anos de pesquisas acadêmicas estão perto de colocar no mercado brasileiro uma tecnologia capaz de movimentar cadeira de rodas elétrica a partir do sopro ou de sucção. O protótipo do equipamento, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é voltado a paraplégicos e tetraplégicos. Desde 2000, sete professores e 15 estudantes de mestrado e iniciação científica se debruçaram em testes para criar uma interface capaz de controlar a cadeira sem qualquer outro tipo de esforço físico. Por meio de canudos acoplados, é possível se movimentar para frente, para trás e para os lados.

A ideia partiu de Walter Germanovix, depois de assistir à refilmagem de Janela Indiscreta. O longa-metragem teve como protagonista o ator Christopher Reeve, famoso pelo papel de Super-Homem e que nos anos 1990 sofreu um acidente e lesionou a medula espinhal. Germanovix e o professor Ruberlei Gaino, também pesquisador da UEL, passaram a estudar as possibilidades de criar uma cadeira de rodas que melhorasse a autonomia de tetraplégicos. Desenvolveram testes com protótipos feitos a partir de sucatas e uma cadeira com joystick até obterem recursos, em 2005, para equipar o laboratório.

Foram investidos cerca de R$ 60 mil na iniciativa, por meio de um financiamento da Fundação Araucária. O produto finalizado foi testado recentemente por paratletas da equipe de basquete de cadeira de rodas da universidade. "Vimos que há facilidade de aprendizado do controle da cadeira. Nosso próximo passo é fazer ajustes, divulgar o trabalho cientificamente e registrar a patente. Com isso, poderemos fazer a transferência da tecnologia para empresas interessadas", diz a diretora do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UEL, Sílvia Galvão Cervantes.

A professora comenta que a participação dos estudantes que passaram pelo projeto no Laboratório de Controle Avançado, Robótica e Engenharia Biomédica foi muito importante para que o protótipo fosse concluído. O grupo colaborou em testes com sensores, programações e baterias, entre outras ações. Há um ano e meio no projeto, o mestrando de Engenharia Elétrica Edno Gentilho Júnior foi quem aprimorou a tecnologia utilizada no protótipo até os últimos testes. "Fiquei muito satisfeito em ver o projeto concretizado, sendo colocado em prática", define.

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