Tecnologia é a chave do sucesso
Para adotar um sistema de compartilhamento de bikes, é preciso levar em conta características do local, como topografia, densidade demográfica, clima, infraestrutura e cultura da comunidade. No entanto, a maioria dos projetos de sucesso tem algo em comum. Segundo o guia de planejamento de sistemas de bicicletas compartilhadas do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), a tecnologia deve ser uma aliada para que seja possível identificar o usuário.
O bikesharing já existe em câmpus de universidades do país. Entre os projetos estão o Mobic, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); o Pedalusp, da Universidade de São Paulo (USP); o Bicicleta Livre, da Universidade de Brasília (UnB); e o Bike Unit, da Universidade Tiradentes, em Aracaju (SE), mas alguns sistemas encontram-se desativados no momento. O Pedalusp foi suspenso em dezembro de 2012 para a reformulação do sistema viário da cidade universitária da USP. O sistema da Unicamp está sendo automatizado e o da UnB passa por um processo de reestruturação. Depois de inaugurado, o Bicivates promete ser o maior programa de compartilhamento de bicicletas em universidades da América Latina.
Paraná
Não há conhecimento até o momento de iniciativas de bikesharing em instituições do Paraná. Entretanto, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), por exemplo, há outros projetos que incentivam o uso de bicicletas, como o Ciclovidas que promove a mobilidade urbana mais sustentável, com ênfase na bicicleta e o plano para construir ciclovias que interligarão os câmpus da instituição. De acordo com a professora Márcia de Andrade Pereira, do Departamento de Transportes da universidade, o plano já foi aprovado pela Reitoria e deve ser encaminhado para a análise do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). (LC)
Um sistema de compartilhamento de bicicletas projetado pela Bicicletaria.net, empresa curitibana dedicada a projetos cicloviários, foi "exportado" e será inaugurado no próximo mês no câmpus da Univates, em Lajeado (RS). A intenção da universidade gaúcha é facilitar a vida dos alunos, que reclamam da dificuldade de percorrer longas distâncias na unidade de 750 mil metros quadrados. Com a possibilidade de emprestar bikes, o problema deve ser minimizado de forma sustentável.
"Na nossa universidade, o aluno tem muita voz. Como o nosso câmpus é bem longo, os alunos reclamavam da dificuldade de deslocamento. Para resolver, pesquisamos uma solução dentro da sustentabilidade", afirma o engenheiro responsável pelo projeto, Robledo Muller, do Setor de Engenharia e Manutenção da Univates.
O interesse da instituição pelo projeto curitibano surgiu a partir da experiência de bikesharing que foi testada na capital paranaense entre janeiro e julho de 2013, mas parou de funcionar por falta de financiamento. Com sistema todo automatizado e bicicletas vindas de Taiwan, a universidade investiu R$ 650 mil na iniciativa, batizada de Bicivates. Ao todo, serão 120 bikes para atender 13 mil pessoas entre alunos, professores e colaboradores da instituição. O projeto da universidade será ampliado em 2015, quando cinco quilômetros de ciclovias serão construídos no câmpus da Univates, interligados com a rede cicloviária de Lajeado.
O usuário do sistema poderá usar uma bicicleta, livremente, durante duas horas, podendo expandir o período ao trocar de equipamento. Caso o tempo seja excedido, uma taxa será cobrada via boleto. Para retirar uma magrela, será preciso usar o cartão único Univates, que fornecerá as informações necessárias para o sistema de compartilhamento. "O software [desenvolvido pela Bicicletaria.net] identifica o usuário e controla o uso das bicicletas. Além disso, há monitoramento por câmeras nas estações de retirada e devolução", explica o gerente de projetos da empresa curitibana, Rafael Milani Medeiros.
Após a implantação do Bicivates, está nos planos da Bicicletaria.net tentar emplacar o bikesharing em outras universidades. Desta vez, no Paraná.