Atentas, crianças acompanham experiência apresentada por monitora.| Foto: Ivan Amorim / Gazeta do Povo

Universitários também estão envolvidos com atividades do Mudi

Mais de 100 universitários, professores e voluntários estão envolvidos com as atividades do Mudi. Entre eles está a mestranda Nathalia Gonzalez Ribeiro. Finalizando a dissertação em Biologia Comparada, com foco nos morcegos, ela acompanha os estudantes e dá aula sobre o mamífero.

Com os pequenos, entre 3 e 8 anos, Nathalia instiga a imagem folclórica dos morcegos. Para discutir o que cada um pensa sobre o animal, a professora entrega uma folha em branco e lápis de cor e pede que as crianças desenhem como imaginam o bicho. O resultado traz morcegos sujos de sangue, mordendo pescoços ou vestidos de Batman.

Com uma caixa de morcegos empalhados, que roda de mão em mão, a bióloga explica sobre a vida, reprodução e alimentação e apaga o estigma de "bicho malvado". Em seguida, pede que eles refaçam as imagens. Minutos depois, os desenhos coloridos mostram morceguinhos voando entre árvores e comendo frutos.

"A intenção é que eles aprendam que o animal não deve ser temido, mas deve ser respeitado e preservado. Gostam tanto que trazem coleguinhas e os pais em outros momentos."

Interação

O trabalho só dá certo porque há a participação dos visitantes. "Já visitei o museu pelo menos 10 vezes. Cada vez que venho tem algo diferente. Adoro Ciências", enfatiza Vinicius Melo Sobrinho, 8 anos. Ao lado dele, Gabriella Ferini, 7 anos, se empenha em responder todas as perguntas feitas por Nathalia e garante que o aprendizado é levado para casa e para a sala de aula. "O que a gente aprende aqui já vai estudando para as provas da escola." (GF)

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Para quem só conhece as feições de um morcego por fotografia, tocá-lo pode causar uma sensação controversa de espanto e encanto. E o que dizer dos truques de mágica revelados com explicação baseada na Química e na Física? Essas descobertas de um mundo desconhecido são feitas diariamente no Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o segundo maior museu de Ciências da região Sul do Brasil e o maior do Paraná.

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A ideia saiu do papel em 1985, a partir de um projeto de extensão, com o intuito de integrar a universidade, a educação básica e a comunidade. Quase três décadas depois, com 2 mil metros quadrados, o local permanece cumprindo seu objetivo. Todos os dias, quase 300 pessoas passam por lá. São alunos e professores vindos de todas as regiões do Paraná e até de outros estados. Visitas de pesquisadores estrangeiros das áreas de Biologia e Zootecnia também são constantes.

O espaço é composto por ambientes educativos relacionados à Astronomia, Anatomia, Botânica, Zoologia, Física, Matemática e Química, além de laboratórios para experimentoteca, ludoteca, inclusão digital e espaços reservados para exposições temporárias, trocadas, em média, duas vezes por mês.

Estímulo

Durante o calendário escolar, os colégios agendam horários e, geralmente, seguem um cronograma de atividades. Durante as férias, a rotina muda. O Mudi fica aberto à comunidade, sem necessidade de marcar horário. Basta chegar e aproveitar as novidades da semana. É quando a garotada se diverte sem horário marcado para ir embora.

Na última semana de junho, por exemplo, a gincana Detetives da Ciência – em que os visitantes se tornaram "cientistas" para desbravar o museu atrás de pistas sobre fatos científicos – atraiu mais de 100 crianças. Muitas delas voltaram no dia seguinte, garante a coordenadora do Mudi, Débora Santana. "Essa é a nossa intenção. Oferecer atividades diferenciadas que instigam e que geram interesse em uma nova visita, o que ocorre frequentemente", diz ela.

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