A tutoria ajudou Rafael Collar Gonçalves a otimizar o rendimento no trabalho e a melhorar algumas qualidades pessoais| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Ajuda começa desde cedo

O Centro Educacional Técnico Rio Bonito oferece gratuitamente atividades socioeducativas e reforço escolar a crianças e adolescentes de baixa renda, no bairro Campo de Santana.

Cientes dos problemas familiares e das situações de risco aos quais seus 50 alunos estão expostos, os dirigentes da instituição adotaram o método da preceptoria em suas aulas.

De acordo com o diretor Sandro Barbosa dos Santos, o termo é histórico e remete ao auxílio que Aristóteles teria dado a Alexandre Magno. O preceptor mantém conversas constantes e individuais com cada aluno, nas quais fala-se de tudo, inclusive do futuro, dos sonhos e do modo como alcançá-los.

"Nessas conversas identificamos as aptidões e gostos de cada um e os ajudamos a entender o caminho e o tanto de esforço necessário para chegarem aonde querem", diz Santos.

Segundo o diretor, mesmo os alunos mais novos, de 9 anos, falam sobre possíveis profissões, faculdade e das transformações que desejam para a própria vida.

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Apostando na eficácia de métodos personalizados, universidades e outras instituições oferecem aos estudantes formas de acompanhamento focadas exclusivamente nas necessidades e habilidades de cada indivíduo. Os nomes dessas práticas variam, mas o objetivo essencial sempre é o de orientar o aluno para o melhor, seja em resultados acadêmicos, desempenho profissional ou no desenvolvimento de virtudes.

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A tutoria, uma das formas de assessoramento mais comuns nas universidades, foi o que ajudou Rafael Collar Gonçalves a melhorar o rendimento no trabalho, e o fez perceber que podia evoluir até em algumas qualidades pessoais. Estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ele foi convidado por um professor para participar do curso de Excelência Humana e Profissional do Centro Cultural e Universitário Marumbi (CCUM), entidade que oferece atividades de formação complementar a estudantes do ensino superior.

Durante seis semanas os jovens inscritos no programa acompanham palestras e debates sobre temas frequentes no cotidiano universitário. Liderança, administração do próprio tempo, capacidade de decisão, socialização, autocontrole e afetividade são alguns dos assuntos discutidos. Ao fim de cada encontro os estudantes preenchem questionários que servirão como um primeiro guia aos tutores.

"Sempre recorro àquilo que aprendi lá, especialmente ao fato de que quando estudo ou trabalho melhor, eu vivo melhor, e fico em paz comigo mesmo", conta Rafael, que depois de ter passado pela tutoria tornou-se voluntário no CCUM e hoje organiza oficinas de robótica para crianças de 6 a 11 anos.

O professor Ney José de Araújo, da UTFPR, é o coordenador do programa e explica sua motivação. "Queremos ajudar esses jovens a encontrar uma formação plena, humanística, e não só técnica. A universidade é o ambiente ideal para isso, onde se pode errar e aprender", diz Araújo, que lidera um grupo de 18 docentes envolvidos no projeto, vindos de diferentes cursos e instituições de ensino superior da cidade.

Adaptação

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Uma outra forma de acompanhamento é oferecida pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) onde cada turma tem um professor tutor, que os assessora até a formatura. Segundo a professora Eliane Schwab, psicóloga do Serviço de Apoio Psicopedagógico (Seap) da universidade, o programa visa a dar auxílio especialmente aos alunos que encontram dificuldades no processo de adaptação à vida universitária. "Alguns estudantes chegam aqui muito jovens e levam tempo para se acostumarem à nova dinâmica", comenta Eliane sobre um dos perfis atendidos pela tutoria. Na PUCPR os professores-tutores recebem capacitação do Seap para identificar quem são os alunos que precisam de mais apoio, quais suas necessidades e a melhor forma de ajudá-los.

Coaching

Bastante centrado no desenvolvimento da carreira, a prática de coaching é popular especialmente entre alunos de MBA e pessoas que trabalham em ambientes corporativos. No entanto, não se trata apenas do estabelecimento de metas e estratégias para alcançar boa remuneração ou melhores empregos. Segundo a professora Luciane Botto, do curso de Administração do FAE Centro Universitário, o foco é encontrar realização no próprio trabalho. "Desafiamos aqueles que nos procuram a assumirem um novo comportamento e fazerem escolhas que os satisfaçam", diz Luciana. Mudança de área profissional, promoções e sucessões estão entre as motivações mais comuns de quem procura coaching.