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Candidatura

Universitários encaram a disputa eleitoral

Bianca Zanetti, Celia Regina Piontkievicz, Rafael Fernando Zilli e Rudá Morais Gandin fazem parte do grupo de universitários candidatos. | Henry Milleo / Gazeta do Povo
Bianca Zanetti, Celia Regina Piontkievicz, Rafael Fernando Zilli e Rudá Morais Gandin fazem parte do grupo de universitários candidatos. (Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo)

Para ter bom desempenho em uma corrida eleitoral é preciso fazer campanha e investir tempo, esforços e dinheiro na divulgação do próprio nome. Muitos afastam-se dos afazeres cotidianos para dedicar-se exclusivamente a esse momento, mas, para alguns estudantes, o desafio não intimida. Eles escolheram viver intensamente alguns meses de suas vidas conciliando a condição de candidato e universitário.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Paraná tem 18 candidatos que se declaram estudantes concorrendo aos cargos de deputado federal (oito) e estadual (10). São 79 (7,7% do total de candidatos) os que declaram ter ensino superior incompleto — o que não significa necessariamente que eles continuam nos bancos escolares. Há ainda os que estão na segunda faculdade e os que trancaram a matrícula para conseguir mais tempo para a campanha. Com isso, estima-se que cerca de 100 universitários paranaenses estejam na disputa por cargos públicos nestas eleições.

Rotina

Os perfis dos candidatos são variados, mas o que os une é o discurso de renovação na política, a estratégia de angariar votos entre seus semelhantes e uma rotina corrida, na qual tentam se tornar populares ao mesmo tempo em que batalham por boas notas em provas e trabalhos. "Tem sido difícil. Preciso dar conta do trabalho, do relatório de estágio e prosseguir com as visitas nas casas de vizinhos e amigos", conta Rudá Morais Gandin, 25 anos, candidato a deputado estadual pelo Partido Pátria Livre (PPL).

É a primeira vez que o estudante de Pedagogia da UFPR e educador de creche municipal entra em uma eleição, mas seu envolvimento com o mundo da política começou aos 16 anos, quando fundou o grêmio estudantil do colégio em que estudava. Desde então, Rudá seguiu a trajetória clássica de militante do movimento estudantil, assumindo cargos no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPR, em 2009, e na União Paranaense dos Estudantes (UPE), em 2010.

Família

Se faculdade, campanha e trabalho são suficientes para deixar o cotidiano atolado de tarefas, Celia Regina Piontkievicz, 44 anos, enfrenta desafios ainda maiores. Além de estudar Serviço Social na UniBrasil, fazer estágio e ser candidata do Partido Comunista do Brasil (PC do B) ao cargo de deputada federal, ela reserva tempo para passar com o marido e os filhos de 18 e 13 anos.

"É uma correria, mas toda a minha família me apoiou e ficou feliz por eu sair candidata", diz Celia, cuja família é de Quitandinha, na Região Metropolitana de Curitiba, localidade que considera estratégica para a captação de votos, assim como os portões da própria faculdade, onde colegas e professores a têm apoiado.

A busca comum pela renovação política

Parte dos universitários candidatos aposta na lembrança das manifestações de junho de 2013 para impulsionar a chegada de gente nova em cargos públicos. "A hora da renovação é agora. Não adianta o jovem ir para a rua, fazer protesto e, na hora da eleição, votar em político ruim que já estava por aí", defende Rafael Fernando Zilli, o Rafa do Posto, 30 anos. Ele é candidato a deputado federal pelo PPL e se lança candidato pela segunda vez. Em 2012, Zilli disputou o cargo de vereador nas eleições municipais.

O nome de campanha vem de sua ocupação. Zilli é dono de um posto de gasolina em São José dos Pinhais, atividade que administra paralelamente à faculdade de Odontologia na Universidade Tuiuti do Paraná. "Como trabalho e estudo, não tenho tempo de fazer campanha na rua. Por isso uso muito a internet e o meu próprio posto" , conta.

A renovação é defendida inclusive por quem tem o pai na política. O estudante de Economia da UFPR Felipe Francischini, candidato a deputado estadual pelo partido Solidariedade, é filho do deputado federal Fernando Francischini e diz que ninguém mais se sente representado pela classe política atual. "Eu me envolvi porque acredito que nenhum partido atual representa bem a população e me dediquei à construção de um novo partido para que as pessoas voltem a acreditar na política", diz Felipe, que foi um dos fundadores do Solidariedade no Paraná.

Exclusividade

Felipe, graduado em Direito pelo Unicuritiba, optou por trancar o curso de Economia para se dedicar exclusivamente à campanha. Apesar disso, sua estratégia para captação de votos inclui os câmpus universitários. "Na reta final de campanha, quero ir de faculdade em faculdade distribuir panfletos pessoalmente."

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