A USP (Universidade de São Paulo) montou uma força-tarefa para possibilitar a reabertura do prédio da reitoria após a reintegração de posse que ocorreu na madrugada de segunda-feira. A previsão da universidade é que a limpeza das instalações e a reposição dos móveis e objetos demore ao menos 15 dias. Ela ainda não conseguiu calcular os prejuízos.
Na quarta-feira (13/11), os funcionários passaram o dia tirando entulho, objetos quebrados e outros que não faziam parte da mobília original, como colchões e roupas. A auditoria também estimará os danos causados na torre do Relógio. A previsão é que este balanço seja divulgado nesta quinta.
Durante a reintegração, a PM não encontrou nenhum estudante dentro da reitoria. Isso ocorreu porque eles souberam que haveria a ação e saíram. Antes, porém, deixaram um rastro de destruição e uma pichação para debochar da PM: "Perderam a viagem vermes!"
O prédio ficou irreconhecível após os 42 dias de ocupação. Quase todas as paredes estavam pichadas, com cartazes colados e muita sujeira. Poucos equipamentos, como computadores, máquinas copiadoras e telefones estavam intactos.
Os móveis do local foram empilhados para bloquear os corredores e acessos. Havia documentos e preservativos usados espalhados pelo chão. Algumas pichações tinham o símbolo do grupo anarquista black bloc.
Em nota, a universidade informou que "são lamentáveis as cenas de depredação e vandalismo" e que isso foi uma "barbárie diante dos paulistas que mantêm a USP". A direção disse defender os protestos, exceto quando são considerados crimes de acordo com o direito penal.
A diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Arielli Tavares, 23, disse que o movimento sempre foi contra danificar o patrimônio. Ela disse que o que ocorreu na reitoria foi em razão de a USP deixar os estudantes sem água e luz no prédio nos primeiros dias da ocupação e por demorar para negociar com os estudantes.
Prisões
A Justiça decidiu soltar na tarde de quarta (13) dois estudantes presos após a ocupação da reitoria. Na decisão, a juíza Juliana Ghelfi disse que não era possível dizer que os suspeitos tinham sido detidos em flagrante, pois "eles não foram surpreendidos praticando os atos em questão".
A defesa dos estudantes disse que eles foram presos de forma arbitrária pelos policiais.
O advogado Felipe Vono disse que os estudantes tinham acabado de se conhecer e não entraram nenhuma vez na reitoria. "Testemunhas foram à delegacia dizer que os estudantes estavam na festa do curso de filosofia [no momento da reintegração]. É absurda a acusação de formação de quadrilha se apenas duas pessoas foram detidas, quando a lei prevê pena para três ou mais", disse.
Os estudantes disseram terem sido torturados por policiais quando foram presos. Eles contam que levaram chutes e socos na canela e no estômago. Além disso, PMs teriam circulado pelo campus da universidade com eles no camburão. O advogado Felipe Vono afirmou que vai "usar todos os meios legais para responsabilizar o Estado pelos excessos e arbitrariedades impetrados na reintegração de posse."
Em nota, a Polícia Militar informou que "coloca-se à disposição dos envolvidos para formalizar queixas na Corregedoria".
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