De 2.137 instituições de ensino superior que obtiveram nota em avaliação do Ministério da Educação, 32,7% ficaram abaixo da média no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado nesta quinta-feira (13).
Esse índice monitora a qualidade dos cursos de graduação e divide as instituições por totais contínuos que vão de 0 a 500 pontos e em faixas que vão de 1 a 5. Avaliações abaixo de três são consideradas insatisfatórias pelo MEC. Do total, 12 instituições, 0,56%, tiveram nota 1 e 687, 32,15%, ficaram com nota 2.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que as 12 piores serão inspecionadas de forma emergencial no início das aulas e poderão ser descredenciadas. Para Haddad, os sistemas de avaliação do ensino superior do MEC é uma ferramenta que permitirá corrigir distorções de mercado e evitar que a concorrência entre as instituições seja pautada principalmente pelo preço da mensalidade.
"É uma forma de corrigir a prática de instituições que tentam captar alunos apenas pelo preço. Se não tem ameaça de descredenciamento, ela compete em função do preço de oferta e não queremos isso. Corrige uma concorrência predatória que poderia conduzir o sistema a uma condição oposta da desejável", afirmou o ministro.
A última colocada foi a Faculdade de Odontologia do Planalto Central (Foplac), que teve índice 45 e ficou na faixa 1. Segundo Fátima Medeiros, secretária geral das Faculdades Integradas do Planalto Central (Faciplac), que integrou o curso de odontologia, a faculdade tomou medidas para conscientizar os estudantes sobre a importância do Enade. "Eles fizeram o Enade 2007 e o enade 2010. Nessa nova avaliação a realidade será diferenciada", afirmou Fátima.
A instituição com maior índice contínuo (487) é privada é a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef), que fica no estado do Rio de Janeiro e é vinculada à Fundação Getúlio Vargas (FGV). A Faculdade de Administração de Empresas (Facamp) foi a segunda colocada, com 474 pontos. Ambas são particulares. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) manteve a liderança no ranking entre as universidades e instituições públicas neste ano, com 440 pontos. No total, apenas 25 instituições tiveram nota cinco delas, 14 são públicas. As outras 11 são privadas. Todas elas estão concentradas em seis estados (ES, MG, RJ, RS, SC e SP). Das 2.137, 124 receberam conceito quatro, considerado bom pelo MEC.
"Há um mudança de cultura importante na nossa graduação, nossas instituições estão melhorando, se qualificando, em busca de resultados e as exceções tem de ser trabalhadas com as penalidades previstas em lei. Sempre na perspectiva de que a instituição se recupere", afirmou o Haddad.
O ministro elogiou as federais. "A qualidade está nas federais. As melhores instituições de ensino superior do país são federais. Todas as instituições de Minas Gerais, por exemplo, ficaram com notas 4 e 5. Isso quer dizer que disputam em condições de igualdade com qualquer boa universidade estrangeira", disse.
O IGC de cada instituição resume a qualidade de cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos pelos vários campi da instituição. São utilizados no cálculo do indicador a média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPCs) da instituição componente relativo à graduação e o conceito fixado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para a pós-graduação. A média dos conceitos dos cursos é ponderada pela distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado).
A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não têm IGC pois não participavam do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que é usado no cálculo da nota. A Unicamp começou a participar do exame em 2010.
Universo
Foram avaliadas 2.137 universidades, centros universitários e outras faculdades. Dessas, 344 (16,1%) delas não tiveram nenhum conceito. Segundo o MEC, elas não tiveram a participação mínima de dois alunos ingressantes e dois alunos concluintes nos cursos avaliados pelo Enade. Assim, não puderam receber o conceito Enade e, por consequência, o CPC. A maioria das instituições (945, 44,22% do total) recebeu nota três.
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