O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), Ademar Batista Pereira, explica que programas como o ProUni e o Pronatec permitem que o governo amplie as matrículas na educação com gastos menores, já que pode aproveitar a estrutura das instituições particulares e não precisa contratar professores e construir novas salas de aula. "O governo poderia ocupar os espaços ociosos das escolas particulares." Segundo ele, a parceria com as escolas privadas é tão benéfica que poderia, inclusive, se estender à educação infantil, diminuindo o problema da falta de vagas nas creches. "Temos em Curitiba pouco mais de mil escolas de educação infantil. Se cada uma oferecer 10 vagas, serão 10 mil, que é a necessidade hoje do município", estima.
O diretor da escola de cursos técnicos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (TECPUCPR), Roger Simon Steppan, também é favorável às parcerias. "Acho importante esse sistema. Hoje percebemos que a maioria das desistências nas faculdades particulares ocorre por uma questão financeira. O ProUni teve seus problemas, mas seu resultado, de forma geral, foi positivo", afirma. Segundo ele, a evasão nos cursos técnicos da PUCPR fica entre 20% e 30%. "Nos técnicos da PUCPR, a evasão é menor do que na graduação, porque eles duram menos, de um ano e meio a dois anos", diz. A PUCPR oferece 26 cursos técnicos, três deles integrados ao ensino médio regular e o restante com matérias profissionalizantes específicas.
De acordo com Steppan, a escola conta com um programa de bolsas para ajudar os alunos com dificuldades financeiras. É com o auxílio do benefício que Meurelane Soares de Oliveira, 30 anos, está conseguindo se manter no curso técnico de Radiologia. Ela recebe uma bolsa de 50% e paga pouco mais de R$ 200 de mensalidade. "Consegui o desconto já no primeiro mês de curso, o que me ajudou bastante. Antes, fazer um curso na área da saúde era um sonho, hoje é projeto", afirma ela, que terminou o ensino médio há mais de dez anos.
O diretor da TECPUCPR explica que a instituição só pode ofertar formação técnica em áreas que estejam no catálogo de cursos profissionalizantes aprovados pelo Ministério da Educação. Segundo ele, a universidade também avalia a demanda do mercado antes de abrir um curso. (MC)
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