Segundo os estudantes que estão entrando em contato com o Vestibular da Gazeta do Povo, a prova amarela deste primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio foi a que mais apresentou problemas de impressão.
Segundo a estudante Franciele Iurk, 18 anos, que fez o Enem na Unibrasil, em Curitiba, o caderno amarelo tinha folhas do caderno branco e questões repetidas. "A numeração estava fora de ordem, teve erro no gabarito, havia muitas questões iguais. A fiscal reconheceu que mais da metade da prova estava igual. Ela entrou em contato com a coordenação, que ligou para os responsáveis pela prova. E eles não fizeram nada, deram continuidade na prova normalmente", diz ela.
Segundo estudantes que estavam na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um bate-boca entre estudante, por causa dos erros de impressão, chegou a envolver a polícia
Confira mais reclamações de internautas:
"Fizemos a prova no município de Pinhão, no Colégio Mario Evaldo Morsk. O formulário de prova cor amarela, tinham muitos erros de impressão, duas questões 23, faltou a 31 e 32, mesmas questões em números diferentes. Isso é uma falta de respeito com os alunos e com o próprio Enem, que vem há muitos anos beneficiando pessoas carentes no ingresso a faculdade." Mauricio José Rocha
"Fiz a prova do Enem na unidade da Opet Getúlio Vargas, lá tiveram vários candidatos com a prova da cor amarela faltando questões, questões duplicadas, os fiscais não sabiam o que fazer e muitos já tinham preenchido no gabarito a cor da prova e foram orientados para mudar a cor, tudo anotado na ata, na sala 305." Vilmar
"Na minha sala a prova de cor "amarela" estava faltando 3 questões, alem das repetidas..." Victor Vidal
"Acabei de fazer a prova do Enem em Curitiba (Prédio da Reitoria) e não foi apenas esse o erro de impressão na prova. No meu caderno (amarelo) estavam faltando questões. E se não bastasse isso, várias questões estavam repetidas, ora com a mesma numeração, ora com outro numero. A mesma questão com duas numerações diferentes. No meio de toda discussão, completei o cartão de respostas de qualquer maneira, exigi o caderno de resposta, o que me foi negado, e fui embora indignado sem nenhuma certeza." Marcio Bellé
"A prova amarela do Enem está totalmente bagunçada. Não pude respondê-la, pois, entre as questões da prova amarelas, há questões da prova branca, o que impedirá que o gabarito seja respondido de forma correta. Essa prova foi um fracasso, e eu sinto que eu e muitas outras pessoas perdemos oportunidades. Estou muito desapontada e triste."Débora
Falhas na impressão
O primeiro problema detectado pelos estudantes foi na inversão da numeração do gabarito. No caderno de provas as questões 1 a 45 correspondem à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, enquanto as questões 46 a 90 são de Ciências da Natureza. Ocorre, porém, que no gabarito consta o inverso: as questões 1 a 45 representam a prova de Ciências da Natureza e a 46 a 90 à prova de Ciências Humanas.
Até que o problema fosse resolvido, os estudantes estavam impedidos de preencher o gabarito. Procurada, a assessoria do Ministério da Educação informou que o problema não se restringe às provas de Curitiba e que os fiscais de prova foram avisados. Eles, então, passaram a orientar os estudantes a preencher o gabarito respeitando a numeração da prova, ignorando o cabeçalho errado.
Além das questões invertidas no caderno de questões e no cartão de respostas, foram encontrados outros problemas na prova. Segundo o funcionário público Silvano Andrade, 35 anos, alguns exercícios aparecem mais de uma vez, com numerações diferentes. "Estou tentando identificar outros problemas, mas existe pelo menos meia dúzia de erros. Isso está me cheirando a sabotagem política", afirma ele, que faz as provas na faculdade Opet, em Curitiba.
Andrade conversou por telefone com a reportagem enquanto aguardava providências na sala de coordenação. "Eu respondi a 23 questões e comecei a identificar os erros. Então chamei o fiscal, saí da sala e vim à coordenação para ver o que seria feito para que eu não fosse prejudicado", diz.
O candidato afirma que não deixará o local antes das 17 horas, para que possa sair com a prova. Os estudantes só podem levar o caderno de questões se deixarem a sala depois de quatro horas após o início do exame, que começou às 13h.
Andrade pretende usar a nota do Enem na disputa por uma vaga no curso de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Este ano a UFPR vai destinar cerca de 10% das vagas em cada curso para o Sisu, sistema eletrônico que seleciona candidatos a universidades públicas exclusivamente pela nota do Enem.
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