Acostumados ao cotidiano profissional dos pais, muitos vestibulandos acabam indo na mesma onda. Nem sempre, contudo, a influência dos pais dentro de casa faz com que os estudantes queiram seguir a mesma profissão. Muitas vezes eles não se identificam com o trabalho e escolhem outro rumo para suas vidas. Mesmo assim, o acompanhamento e o apoio dos pais é importante na hora de decidir qual carreira seguir.
Esse foi o caso de Eduardo Ribeiro Arias, aluno do terceiro ano, que tem pai, tios e avô médicos, mas nunca se identificou com a área. "Mesmo vindo de uma família mais tradicional, meu pai sempre me deixou à vontade para escolher uma profissão, mostrou várias opções. E eu optei pelo curso de Oficial da Polícia Militar", conta.
O pai, Heverton Arias, é ginecologista e obstetra e conta que na adolescência pensou em fazer outros cursos, mas acabou optando pela Medicina, profissão de seu pai. "Essa fase de decisão é cheia de incertezas e a gente acaba sendo influenciado um pouco pela família. Eu sempre procurei orientar e apresentar as opções, mas deixei o Eduardo tranquilo para decidir. E ele sempre teve muito interesse pela área militar."Antigamente a pressão dos pais para continuar a profissão ou os negócios da família era maior do que é hoje.
Atualmente as opções são muitas e as áreas estão sempre passando por mudanças. Para a psicóloga Luciana Valore é comum que os pais fiquem preocupados com a remuneração da profissão, com o desemprego e com medo de que os filhos não consigam ter reconhecimento no mercado de trabalho. Estas preocupações às vezes acabam sendo uma pressão indireta na escolha. "Os pais precisam lembrar que nenhum curso universitário é garantia de bom emprego, mas sim a dedicação e o interesse, o que o aluno só vai conseguir se estiver seguro na sua escolha, para se sentir motivado e poder inovar" explica.
Esta foi uma das preocupações do pai de Bruna Habinoski, que vai prestar vestibular para Jornalismo. "Quando houve a decisão de que não precisava mais do diploma, meu pai ficou preocupado, e procurou mostrar outras opções de curso para mim, mas nós conversamos bastante e eu estou bastante decidida", afirma a aluna do terceiro ano. Ela conta ainda que seu pai se formou em Ciências Contábeis e sempre mostrou como é a profissão, mas ela nunca se identificou com a área e sua família não fez pressão. "A escolha do curso tem de vir de você", acredita Bruna.