Eduardo Arias não quer seguir a profissão do pai, Heverton, que é médico| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Acostumados ao cotidiano profissional dos pais, muitos vestibulandos acabam indo na mesma onda. Nem sempre, contudo, a influência dos pais dentro de casa faz com que os estudantes queiram seguir a mesma profissão. Muitas vezes eles não se identificam com o trabalho e escolhem outro rumo para suas vidas. Mesmo assim, o acompanhamento e o apoio dos pais é importante na hora de decidir qual carreira seguir.

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Esse foi o caso de Eduardo Ribeiro Arias, aluno do terceiro ano, que tem pai, tios e avô médicos, mas nunca se identificou com a área. "Mesmo vindo de uma família mais tradicional, meu pai sempre me deixou à vontade para escolher uma profissão, mostrou várias opções. E eu optei pelo curso de Oficial da Polícia Militar", conta.

O pai, Heverton Arias, é ginecologista e obstetra e conta que na adolescência pensou em fazer outros cursos, mas acabou optando pela Medicina, profissão de seu pai. "Essa fase de decisão é cheia de incertezas e a gente acaba sendo influenciado um pouco pela família. Eu sempre procurei orientar e apresentar as opções, mas deixei o Eduardo tranquilo para decidir. E ele sempre teve muito interesse pela área militar."Antigamente a pressão dos pais para continuar a profissão ou os negócios da família era maior do que é hoje.

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Atualmente as opções são muitas e as áreas estão sempre passando por mudanças. Para a psicóloga Luciana Valore é comum que os pais fiquem preocupados com a remuneração da profissão, com o desemprego e com medo de que os filhos não consigam ter reconhecimento no mercado de trabalho. Es­­tas preocupações às vezes acabam sendo uma pressão indireta na escolha. "Os pais precisam lembrar que nenhum curso universitário é ga­­ran­­tia de bom emprego, mas sim a de­­dicação e o interesse, o que o aluno só vai conseguir se estiver seguro na sua escolha, para se sentir motivado e poder inovar" explica.

Esta foi uma das preocupações do pai de Bruna Habinoski, que vai prestar vestibular para Jornalismo. "Quando houve a decisão de que não precisava mais do diploma, meu pai ficou preocupado, e procurou mostrar outras opções de curso para mim, mas nós conversamos bastante e eu estou bastante decidida", afirma a aluna do terceiro ano. Ela conta ainda que seu pai se formou em Ciências Contábeis e sempre mostrou como é a profissão, mas ela nunca se identificou com a área e sua família não fez pressão. "A escolha do curso tem de vir de você", acredita Bruna.