O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego(Pronatec), foi lançado na tarde desta quinta-feira (28) pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em cerimônia em Brasília. O programa pretende "expandir, interiorizar e democratizar" a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores.
O governo federal intensificará o programa de expansão de escolas técnicas em todo o país. Além das 81 unidades que estão em execução e devem ser inauguradas neste e no próximo ano, devem ser anunciadas outras 120 nos próximos dias. O mesmo projeto de lei do governo que inclui o Pronatec também quer expandir o programa de financiamento estudantil (Fies) para estudantes que queiram ingressar no ensino profissionalizante e para empresas que queiram capacitar seus funcionários.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou, durante o lançamento do Pronatec, que o governo da presidente Dilma Rousseff fará, até 2014, 200 novas escolas técnicas, quase a mesma quantidade das instituições inauguradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em oito anos de governo.
"Se foi possível no governo Lula construir 214 escolas técnicas [...] até 2014, em quatro, não em oito, vamos entregar novas 200 escolas técnicas federais", disse o ministro.
Haddad afirmou que, atualmente, há uma grande disparidade na quantidade de matrículas em universidades e em instituições de capacitação profissional.
"Temos 6 milhões de matrículas no ensino superior e 1 milhão em ensino técnico. É um direito do brasileiro ter acesso a profissionalização de nível médio e de nível superior. [Queremos] atingir 100% da nossa juventude", disse.
Segundo o Ministério da Educação, há, atualmente, 354 unidades em funcionamento. Com as novas unidades, a rede federal deverá contar com cerca de 600 unidades escolares administradas pelos 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia e um atendimento direto de mais de 600 mil estudantes no país.
O programa tem como objetivo ampliar as vagas e expandir as redes estaduais de educação profissional. Ou seja, aumentar a oferta, pelos estados, de ensino médio concomitante com a educação profissional. Esta ação será abarcada pelo programa Brasil Profissionalizado, parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PNE), que teve a adesão das 27 unidades da federação. Os recursos serão repassados para construção, reforma, ampliação de infraestrutura escolar e de recursos pedagógicos, além da formação de professores.
Outra ação será a ampliação da Escola Técnica Aberta do Brasil (E-Tec), modalidade a distância, que instalou 259 polos em 19 estados até 2010, atendendo a cerca de 29 mil estudantes. Em 2011, serão mais de 47 mil vagas; 77 mil em 2012; mais de 197 mil em 2013 e cerca de 263 mil em 2014.
Segundo o governo, a ideia é "dar mais celeridade" ao acordo firmado no governo anterior com o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac), segundo o qual essas entidades devem aplicar dois terços de seus recursos advindos do imposto sobre a folha de pagamentos do trabalhador na oferta de cursos gratuitos.
Dessa forma, as escolas do Sesi, Senai, Sesc e Senac receberão alunos das redes estaduais do ensino médio, que complementarão a sua formação com a capacitação técnica e profissional.
As escolas do Sistema S e das redes públicas também ofertarão cursos de formação inicial e continuada para capacitar os favorecidos do seguro-desemprego, reincidentes nesse benefício. A ação se aplicará também ao público beneficiado pelos programas de inclusão produtiva, como o Bolsa Família.
FiesO mesmo projeto de lei que cria o Pronatec amplia o alcance do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que passa a ser chamado de Fundo de Financiamento Estudantil, com a mesma sigla.
O fundo irá prover mais duas linhas de crédito, sendo uma para estudantes egressos do ensino médio chamado de Fies Técnico Estudante outra para empresas que desejem formar seus funcionários em escolas privadas habilitadas pelo MEC ou no Sistema S chamada de Fies Empresa. O funcionamento é similar ao do Fies do ensino superior, porém com 18 meses de carência e seis vezes o tempo do curso, mais 12 meses para pagamento.
Atualmente, há 2.435 instituições privadas cadastradas noSistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec) e 580 escolas do Sistema S.Os recursos do programa virão do orçamento do Ministério da Educação, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Sistema S e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o governo federal, o projeto de lei será encaminhado ao Congresso Nacional, onde tramitará em regime de urgência.
BolsasAs bolsas serão: bolsa-formação estudante e bolsa-formação trabalhador, esta relacionada ao seguro-desemprego e à inclusão produtiva. Haverá ainda financiamento da educação profissional e tecnológica.
O programa é voltado a estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a trabalhadores. As modalidades de formação serão: cursos técnicos, mínimo de 800 horas de duração, e Formação Inicial e Continuada (FIC), com mínimo de 160 horas.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas