É difícil superar a frustração de não ver o nome na lista dos aprovados depois de dedicar meses de estudo para se preparar para o vestibular. Se o fato não pode ser mudado, é preciso ao menos buscar algo positivo da experiência. O conteúdo ainda fresco na memória dá vantagem àqueles que continuam na disputa, desde que saibam conservar o conhecimento adquirido. No entanto, esta também pode ser a oportunidade para repensar a escolha da carreira, destacam educadores.
O primeiro passo após a reprovação é reavaliar a opção de curso, pois é preciso estar realmente decidido do que quer antes de partir para mais um ano de preparação e sacrifícios. A sugestão é de Neiva Salete Deconto, diretora da unidade Água Verde do curso e colégio Expoente. "Muitos estudantes tentam passar em cursos com mais vagas ou naqueles que concedem status e, depois que não passam, percebem que não era o que queriam", afirma.
Se o curso optado permanecer o mesmo, é hora de trabalhar a virtude da persistência. "Quase nada a gente constrói sem esforço e alguns sacrifícios. Como os vestibulandos geralmente são muito jovens, esse aprendizado será bastante relevante para a vida futura", destaca Neiva. Para ela, fortalecer a própria motivação desde o início do ano é indispensável para que o estudante trilhe obtenha sucesso no mesmo caminho do ano anterior.
Para isso, a família e os amigos têm enorme influência, já que, em geral, a frustração do vestibulando também se deve ao fato de não ter correspondido à expectativa criada pelas pessoas mais próximas. "Esses atores são fundamentais para resgatar a motivação para uma futura aprovação", diz Andréia Rabello de Souza, assessora pedagógica do Colégio Novo Ateneu. O recomeço, portanto, não é apenas do vestibulando que volta a estudar, mas de todos que se importam com a aprovação dele. A torcida, lembra Andréia, não pode desanimar.
A aprovação veio na 3.ª tentativa
Desde que cursava o ensino médio em Londrina, Maria Luiza Costa, 20 anos, tinha o curso de Medicina como meta. No final do terceirão, a não aprovação no vestibular da UFPR foi dolorida. "Saí chorando e lembro de dizer para mim mesma que nunca passaria", conta. Consultas com psicólogos e até remédios foram necessários para superar a crise na qual entrou. O resultado ruim também veio acompanhado da recomendação de familiares para que trocasse de curso, mas Maria Luiza não cedeu. Tentou mais uma vez, incluindo instituições particulares, mas a pontuação ainda não foi suficiente. Enfim, em 2012, convencida de que seria sua última tentativa, os esforços valeram à pena. Foi aprovada na PUCPR e na Universidade Positivo, onde estuda hoje com financiamento de 100% pelo Fies.