Maria Luiza Costa entrou no curso de Medicina depois de reprovar dois anos no vestibular.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Fortaleça a memória

Com o lado emocional em ordem, trace estratégias para aproveitar o conhecimento já adquirido:

>>>Fazendo cursinho ou não, é importante dedicar pelo menos três horas diárias de estudo em casa. A recomendação também vale para conteúdos bem dominados, afinal, revisar é o melhor antídoto contra o esquecimento.

>>>Com base no vestibular anterior, identifique pontos fracos e empenhe-se em fortalecê-los. Procure por atendimento pessoal de professores ou pela ajuda de colegas que tenham mais facilidade com esses conteúdos. Não desista de algumas disciplinas para dedicar-se àquilo em que vai bem.

>>>Não descuide da saúde. É comum vestibulandos "veteranos" exagerarem no tempo de "confinamento" nos estudos como forma de compensar a reprovação. Um bom rendimento intelectual depende de atividades físicas regulares, alimentação saudável e momentos de lazer.

Fontes: professoras Neiva Salete Deconto, do Expoente, e Andréia Rabello de Souza, do Novo Ateneu.

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"Esses atores [família e amigos] são fundamentais para resgatar a motivação para uma futura aprovação."

Andréia Rabello de Souza, assessora pedagógica do Colégio Novo Ateneu.

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É difícil superar a frustração de não ver o nome na lista dos aprovados depois de dedicar meses de estudo para se preparar para o vestibular. Se o fato não pode ser mudado, é preciso ao menos buscar algo positivo da experiência. O conteúdo ainda fresco na memória dá vantagem àqueles que continuam na disputa, desde que saibam conservar o conhecimento adquirido. No entanto, esta também pode ser a oportunidade para repensar a escolha da carreira, destacam educadores.

O primeiro passo após a reprovação é reavaliar a opção de curso, pois é preciso estar realmente decidido do que quer antes de partir para mais um ano de preparação e sacrifícios. A sugestão é de Neiva Salete Deconto, diretora da unidade Água Verde do curso e colégio Expoente. "Muitos estudantes tentam passar em cursos com mais vagas ou naqueles que concedem status e, depois que não passam, percebem que não era o que queriam", afirma.

Se o curso optado permanecer o mesmo, é hora de trabalhar a virtude da persistência. "Quase nada a gente constrói sem esforço e alguns sacrifícios. Como os vestibulandos geralmente são muito jovens, esse aprendizado será bastante relevante para a vida futura", destaca Neiva. Para ela, fortalecer a própria motivação desde o início do ano é indispensável para que o estudante trilhe obtenha sucesso no mesmo caminho do ano anterior.

Para isso, a família e os amigos têm enorme influência, já que, em geral, a frustração do vestibulando também se deve ao fato de não ter correspondido à expectativa criada pelas pessoas mais próximas. "Esses atores são fundamentais para resgatar a motivação para uma futura aprovação", diz Andréia Rabello de Souza, assessora pedagógica do Colégio Novo Ateneu. O recomeço, portanto, não é apenas do vestibulando que volta a estudar, mas de todos que se importam com a aprovação dele. A torcida, lembra Andréia, não pode desanimar.

A aprovação veio na 3.ª tentativa

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Desde que cursava o ensino médio em Londrina, Maria Luiza Costa, 20 anos, tinha o curso de Medicina como meta. No final do terceirão, a não aprovação no vestibular da UFPR foi dolorida. "Saí chorando e lembro de dizer para mim mesma que nunca passaria", conta. Consultas com psicólogos e até remédios foram necessários para superar a crise na qual entrou. O resultado ruim também veio acompanhado da recomendação de familiares para que trocasse de curso, mas Maria Luiza não cedeu. Tentou mais uma vez, incluindo instituições particulares, mas a pontuação ainda não foi suficiente. Enfim, em 2012, convencida de que seria sua última tentativa, os esforços valeram à pena. Foi aprovada na PUCPR e na Universidade Positivo, onde estuda hoje com financiamento de 100% pelo Fies.