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| Foto: Joel Zart/Gazeta do Povo

Vai morar sozinho? Fique de olho em algumas dicas:

Tenha sempre em mente que não há sucesso sem desafio. Encarar e aceitar é o primeiro passo para sofrer menos enquanto estiver longe de casa.

Não fuja do foco e confie em si e nas suas escolhas. Se você se mudou para estudar, pense nisso sempre e estude.

Tente controlar a ansiedade e deixe de lado o medo de ficar sozinho e de não passar no vestibular. Esses sentimentos só atrapalham e desconcentram.

Reserve tempo para dormir bem e passear, vá ao cinema e faça amigos. Estas atividades ajudam a relaxar e a se sentir menos só.

Cuidado com os atrativos da cidade grande, como bares e baladas. Eles fazem parte da adolescência, mas é preciso ter controle. O ideal é ir no máximo uma vez por semana e de preferência quando não tiver aula no dia seguinte.

Fonte: professor Ivo Carraro, coordenador de Orientação profissional do curso Positivo.

Para quem sai de uma cidade para fazer cursinho ou terceirão, 2011 promete. Além de ser um ano escolar em que é preciso ralar muito em aulas, revisões e apostilas a nova experiência de morar sozinho e longe da família também muda a vida desses jovens.

Letícia Carazzai, 16 anos, vai deixar sua casa em Paranaguá para morar sozinha pela primeira vez em Curitiba. Embora a distância entre as duas cidades seja pequena, seus pais estão preocupados, pois ela mal conhece a cidade. Por isso escolheram um pensionato perto do cursinho. "Minha mãe achava que seria difícil para mim estudar bastante e ter de lavar a roupa e cozinhar. Nisso o pensionato vai ajudar muito", conta a estudante.

Candidata de Medicina, ela sabe que terá de estudar muito e por isso só pensa em passear na capital de vez em quando, para relaxar. Nos fins de semana pretende voltar para casa para rever amigos e a família, de quem diz que sentirá muita falta."Sou a mais velha e a primeira a sair de casa, por isso a família está ansiosa e me quer por perto. Sei também que logo farei amigos no cursinho, o que vai ajudar a me sentir menos só".

Mas nem todos os estudantes vão morar sozinhos pela primeira vez. Este é o caso da Isadora Graciele Tarborlim, 16 anos, que durante o segundo ano do ensino médio precisou morar fora de casa. Ela, que é da cidade de Atalaia, interior do Paraná, estudava em Maringá. No primeiro ano ia e voltava todos os dias, mas o caminho era longo e cansava muito. Agora que chegou a hora de fazer terceirão, ela está mais tranquila, embora saiba que desta vez não vai mais morar com amigas, como fez em Maringá, mas em um pensionato em Curitiba. "O que me deixa menos preocupada é que tenho um primo e uma amiga que também virão", diz a estudante.

Embora confiante na vontade de se dedicar aos estudos, Letícia conta que sua maior preocupação – e o que lhe dá um certo medo – é a sensação de solidão, de estar em uma cidade grande longe de casa. Foi por este motivo que os pais da estudante Bruna Matarazzo, 17 anos, cancelaram a matrícula dela no cursinho de Curitiba. A mãe estava preocupada porque as amigas que morariam junto com ela passaram em faculdades em Joinville, Santa Catarina. "Ela achou que eu era muito nova para ficar sozinha aqui, sem ter com quem contar", diz. Ela e a família decidiram que o cursinho será feito na cidade onde mora, Joinville, e que Bruna só sairá de casa quando entrar na faculdade.

Cuidado especial para quem vem de longe

Pensando na preocupação dos pais e na comodidade dos alunos, o curso Dom Bosco lançou um projeto para ajudar toda a família. Chamado de "Pai Dom", ele conta com uma equipe de profissionais de diversas áreas, como psicologia e pedagogia, e dará assistência completa aos alunos fora de sala.

"Ajudaremos em todas as necessidades pelas quais passam um estudante que mora longe da família. Iremos com ele a consultas médicas, ficaremos na sua casa enquanto ele tiver de receber algum profissional, como um eletricista que vá consertar um chuveiro, por exemplo, e até ajudaremos a fazer uma cópia da chave caso ele a perca", explica o professor responsável pelo projeto e coordenador pedagógico do Colégio Dom Bosco, Cesar Greca.

A ideia, segundo ele, é que o cursinho não só ensine mas dê apoio completo para quem o escolheu em um ano corrido e complicado. Não há custo adicional na mensalidade e todos os alunos que vêm de fora da cidade podem participar. As primeiras instruções foram passadas aos pais no dia da matrícula e no início das aulas os estudantes terão palestras com as informações gerais sobre o serviço. "Basicamente funciona assim: o aluno tem os celulares da equipe. Precisou é só entrar em contato", diz Greca.

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