Mesmo sendo consideradas um dos principais pilares da economia, representando 90% das empresas constituídas no Brasil, a cada 100 organizações familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão e cinco chegam à terceira geração, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) . O conflito de gerações é apontado como um dos motivos.
Para evitar o fechamento de empresas, é preciso muito diálogo. Foi o que apontaram os entrevistados de mais websérie do projeto “Uma NOVA engenharia para um NOVO Brasil”, transmitida ao vivo na segunda-feira (21) pelo Facebook da Gazeta do Povo, que teve como tema a Sucessão e o Conflito de Gerações.
Segundo avalia a engenheira civil Célia Neto Pereira da Rosa, coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), uma das entrevistadas do debate, a tecnologia é uma das questões que mais influencia a sucessão dentro do âmbito profissional.
“Enquanto as novas gerações já nascem habituadas ao uso de equipamentos tecnológicos, os profissionais mais experientes precisam se adaptar aos novos dispositivos”, avalia.
A websérie também teve participação do engenheiro civil Rafael Rennan Braga Batista, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente de Piraquara. Segundo ele, o tradicionalismo dos profissionais mais experientes muitas vezes atrapalha o processo de sucessão. “Esse tradicionalismo está baseado na segurança de que a empresa se sustenta, o que gera uma certa resistência quando o jovem chega querendo inovar e crescer de forma exponencial”, avalia.
Por esses e outros motivos é preciso que o profissional em início de carreira seja inovador e ousado nas suas ideias, mas que tenha humildade para entender o receio por parte dos profissionais com mais tempo de casa.
Projetos de sucessão versus conflito de gerações
Embora as inovações venham para facilitar a rotina, se não há o conhecimento anterior a essas modificações, é possível que aplicá-las seja um erro, o que pode trazer conflitos entre profissionais jovens e experientes.
Neste sentido, Célia defende que o mais importante para a sucessão acontecer de forma construtiva é o diálogo, para que haja compatibilidade entre o conhecimento trazido por ambos os lados.
A engenheira também sugere atitudes a serem tomadas para vencer os possíveis embates: troca de experiências, evitar a imposição baseada pela suposição de que o conhecimento adquirido é mais importante que novas ideias e, principalmente, ter em mente que “tanto a experiência quanto a inovação têm que andar em paralelo”, afirma.
Para saber mais sobre o tema, assista ao debate: “A sucessão e o conflito de gerações: o que os novos profissionais da engenharia têm a aprender com a liderança sênior e vice-versa”. E para conferir a programação completa do projeto, clique aqui.
A próxima websérie será realizada no dia 6 de setembro, as 11h, com o tema Infraestrutura e logística por um Brasil mais competitivo - “As responsabilidades da engenharia e da agronomia para o desenvolvimento do país”.