Processo foi suspenso para 14 envolvidos na briga em Joinville| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Quatorze torcedores envolvidos na pancadaria generalizada entre organizadas de Atlético e Vasco, em Joinville, em dezembro de 2013, tiveram o processo suspenso. A decisão foi tomada em audiência realizada na quarta-feira (4) no Fórum da cidade catarinense.

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A suspensão é condicional, ou seja, os acusados terão de cumprir algumas determinações. Eles não poderão frequentar eventos esportivos nos próximos dois anos; terão de comparecer mensalmente em juízo neste período; estão proibidos de deixar as cidades de origem por mais de 15 dias sem comunicar a Justiça; não podem mudar de endereço sem aviso e terão de arcar com os custos do processo.

FOTOS: Relembre em imagens a briga em Joinville

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Caso eles não cumpram as obrigações, o caso volta a ficar ativo na Justiça. Se as medidas forem catadas, o processo será arquivado de vez.

Ao todo, o benefício foi disponibilizado para 22 dos 31 torcedores denunciados pela selvageria em Joinville. Quatorze acataram a decisão, dois foram contra as restrições impostas e continuaram com o processos em andamento. Outros seis envolvidos não compareceram à audiência de quarta-feira, mas poderão aceitar a proposta por meio de cartas precatórias.

Os nove torcedores restantes já tinham ficha criminal ou estão respondendo por tentativa de homicídio pela briga em Joinville e, por isso, não tiveram direito à suspensão no processo. Por enquanto, a Justiça determinou que apenas o vascaíno Leone Mendes da Silva, flagrado com uma barra de madeira durante o confronto, vai a júri popular.

Fiscalização frouxa

No último mês de dezembro, a 1ª Vara Criminal de Joinville confirmou à Gazeta do Povo que boa parte dos envolvidos na briga generalizada na Arena Joinville pode estar frequentando estádios de futebol indevidamente desde setembro.

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A juíza Karen Francis Schubert Reimer começou a deferir liminares que liberam os brigões da obrigação de permanecer em uma delegacia de polícia duas horas antes e duas horas depois dos jogos. A alegação foi de que a situação teria comprometido a renda deles, já que poderiam estar em horário de trabalho.

Os torcedores do Atlético, portanto, apenas assinam uma certidão de presença na Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe) no horário dos jogos. Após o visto, eles estão liberados, o que abre brecha para comparecer a partidas na Arena da Baixada – não há fiscalização nas entradas do estádio.

O confronto

Torcedores de Atlético e Vasco protagonizaram cenas de selvageria ainda durante o primeiro tempo do duelo entre as duas equipes, na última rodada do Brasileiro, em 8 de dezembro. Ainda no dia do jogo, três vascaínos foram presos em flagrante.

As imagens de violência repercutiram nacionalmente e internacionalmente. Cinco dias após a partida, o STJD puniu o Atlético com a perda de nove mandos de campo, sendo quatro com portões fechados, além de uma multa de R$ 80 mil. O Vasco perdeu seis mandos, sendo três com portões fechados, e uma multa de R$ 50 mil.

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Em 19 de dezembro, as polícias de Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro deflagraram a operação "Cartão Vermelho". Ao todo, foram expedidos 31 mandados de prisão.