Os dois treinadores moravam no mesmo prédio no Rio de Janeiro e nem imaginavam que, logo em seguida, estariam, praticamente ao mesmo tempo, retornando a Curitiba para serem rivais. Assim, os técnicos de Atlético e Coritiba se preparam para o último Atletiba do ano, mas o primeiro deles na temporada: domingo, às 16 horas, no Couto Pereira. O respeito entre eles é mútuo, os estilos são bem diferentes, mas o objetivo é o mesmo: vencer. Não será difícil de se perceber as características de Antônio Lopes e Ney Franco que deverão margear o clássico nas 12 respostas abaixo dadas à Gazeta do Povo.
Entrevista 1, com Ney Franco, técnico do Coritiba.
Qual o melhor time que você já viu jogar?
Eu vou em uma história recente: o Cruzeiro de 2003.
Qual o melhor time que dirigiu?
Passei bons momentos no Flamengo, campeão da Copa do Brasil e campeão regional. Em um ano e dois meses tivemos de mudar a forma da equipe jogar e o time se acertou. Mas também não posso deixar de falar do Ipatinga, temporada de 2005/06. Uma equipe do interior que foi campeã mineira e no ano seguinte chegou em uma semifinal de Copa do Brasil, eliminando Santos, Náutico e Botafogo.
O que não pode faltar em uma boa preleção?
Você saber dividir bem ela. Tem de falar da parte tática, técnica, disciplinar e motivacional. Além disso, saber jogar com o tempo de cada uma delas dependendo do jogo.
Prefere ganhar jogando feio ou perder jogando bonito?
Prefiro sempre jogar bonito. Mas no futebol a gente tem de se satisfazer com o resultado.
Em quem se espelhou como técnico?
São várias pessoas. Trabalhei 10 anos nas categorias de base do Cruzeiro, três no Atlético-MG e vi passar por lá grandes treinadores. Alguns deles abriram espaço, como o Ênio Andrade, que, coincidentemente, foi campeão Brasileiro pelo Coritiba. Mas cito também o Levir Culpi, Luxemburgo e Felipão. Agora, um treinador que gosto muito de ver, que até se assemelha um pouco com a minha conduta e forma de trabalhar, é o Parreira.
Defina-se como treinador.
Treinador com potencial e capaz de dirigir qualquer equipe da Série A do Campeonato Brasileiro. Um treinador que tem muito a evoluir ainda na carreira e com muito potencial para ganhar vários títulos.
Qual o seu estilo musical preferido?
MPB.
O último filme a que assistiu?
Foi na segunda-feira, por coincidência, com o meu filho: Era do Gelo 1, 2 e 3. Vi todos na sequência, era meu dia de folga (risos).
Se não fosse técnico seria...
Jornalista.
Uma nota para a política brasileira? Justifique.
Nota 5. Acho que o Brasil tem muito a evoluir principalmente na educação, saúde e segurança.
Como conquistou a sua esposa? (Érika, com quem Ney está casado há 8 anos).
Quando nos encontramos pela primeira vez trocamos olhares, viramos amigos. Depois, na conversa, saindo com o grupo de amigos, namoramos e as ideias bateram, teve feeling em todas as áreas.
Defina o Antônio Lopes?
Primeiramente é um amigo. No Rio de Janeiro eu morava no mesmo prédio que ele, almoçávamos juntos de vez em quando. Acho que é um dos treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro. Já foi campeão brasileiro, campeão de Libertadores, campeão regional. Se no final da minha carreira eu olhar para trás e tiver 50% dos títulos que ele tem, vou me considerar um treinador realizado.
* * * * *
Entrevista 2, com Antônio Lopes, técnico do Atlético.
Qual o melhor time que já viu jogar?
Gostei muito do Palmeiras neste Brasileiro. Foi o que mais me agradou, apesar de ter perdido os últimos jogos. Já em todos os tempos o melhor time que vi foi o Vasco campeão da Libertadores de 98.
Então, subentende-se que o melhor time que dirigiu foi o Vasco de 98.
O Vasco de 98 foi o melhor que vi e dirigi.
O que não pode faltar em uma boa preleção?
Parte tática. O treinador tem de preparar a equipe e ter treinado tudo aquilo relacionado com a parte tática. Mas a parte motivacional também é muito importante. Eu sempre divido a minha preleção nessas duas partes.
Prefere ganhar jogando feio ou perder jogando bonito?
Eu prefiro ganhar sempre.
Em quem se espelhou como técnico?
Me espelhei no Cláudio Coutinho, que trabalhava no Flamengo na década de 70. Ele havia sido campeão do mundo como um dos preparadores físicos da seleção em 1970. Depois passou a ser técnico. Vi o trabalho dele na seleção de 78. Eles treinaram em São Januário e eu era assistente técnico do Vasco. Me empolguei bastante.
Defina-se como treinador.
Um bom treinador, muito experiente e que está sempre atualizado com o futebol brasileiro e mundial.
Qual o seu estilo musical preferido?
Gosto de pagode e de samba. Sou do Rio. Quando rapazola, frequentava muito os ensaios da Mangueira, Portela e Unidos da Tijuca.
O último filme a que assistiu?
Há muito tempo não vou ao cinema, não tenho tempo. O último filme que vi foi um sobre o Ghandi, mas não lembro o nome.
Se não fosse técnico seria...
Dentista. Mas aí apareceu a Educação Física em 1960. Eu nem sabia que era curso superior, pensava que era nível secundário. Quando soube, mudei a escolha, pois já tinha o futebol no sangue.
Uma nota para a classe política brasileira? Justifique.
Não me meto em política e nem gosto. Meu negócio é futebol.
Como conquistou sua esposa?
A Dona Elza eu conquistei de garoto. Praticamente desmamei ela. Morávamos em um conjunto habitacional em Bonsucesso, ela tinha 13 anos e eu 14. Éramos crianças e brincávamos juntos. Começou o namoro em uma época tenra e fomos até o casamentos. Hoje já fizemos 41 anos de casado. Arrumei uma grande esposa, uma grande mãe e uma grande filha. Sou muito feliz por isso.
Defina o Ney Franco?
Uma pessoa muito educada. Rapaz de personalidade muito forte. Convivemos bem no Rio, chegamos a morar no mesmo edifício. É muito competente e já mostrou isso. Fez um trabalho extraordinário no Ipatinga, ganhou um estadual lá e no Flamengo foi campeão também. Meço a competência dos treinadores pelas conquistas e o Ney já não é mais garoto, já é consagrado.
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