Com supertimes nas mãos, Miami Heat e Los Angeles Lakers prometem estar na decisão da NBA, em junho do próximo ano. A clara divisão de forças, porém, não compromete a emoção dos quase oito meses de disputa. O ingrediente básico para garantir uma competição atrativa para o público é trabalhar pelo fortalecimento de todos os participantes, não apenas dos campeões de audiência.
Em geral, os 30 times da liga norte-americana de basquete têm elencos capazes de surpreender. E o que é ainda melhor: todos têm condição de dar espetáculo. Essa paridade é fruto de uma série de medidas estratégicas para equilibrar a balança. O draft é um exemplo disso. Um sorteio que privilegia quem teve pior campanha no ano anterior define a ordem em que as equipes vão escolher os calouros dispostos a entrar na NBA. Jovens talentosos são repartidos entre as franquias de maneira igualitária, sem que um maço de dólares interfira. Uma boa colheita pode providenciar a peça que faltava para um plantel decolar.
Além disso, há um teto para as despesas salariais das equipes e um complexo sistema de controle dos vencimentos oferecidos a cada jogador de acordo com seu tempo de liga e desempenho. A intenção, obviamente, é evitar a supremacia das equipes mais ricas.
Esse pensamento na liga como um produto é uma lição que tem de ser aprendida pelo futebol brasileiro aqui, a mentalidade egoísta é de que o produto é o time, e não o campeonato. Assim, nosso principal esporte não permite zebras relevantes e tem produzido poucos bons duelos como o ótimo Atlético-MG x Fluminense. A distribuição da renda da televisão, principal receita dos clubes, é absurdamente desproporcional e injusta. A intenção é claramente perpetuar o domínio dos chamados "grandes", especialmente no justo sistema de pontos corridos. Mas como é chato "bater em bêbado"!
Dessa maneira, os primos pobres são sempre os candidatos ao rebaixamento a não ser quando uma diretoria bate recorde de incompetência para gerir os recursos (financeiros, técnicos ou políticos) como fez o Palmeiras neste ano. Porém, mesmo caindo, o Porco voltará ao natural para a elite. Dinheiro de sobra garante um abismo de qualidade para os outros postulantes ao G4 da Segundona. Em uma escala menor é o que vem fazendo o Atlético. Começou mal, com um elenco modesto, mas foi às compras e fez valer seu status de superpotência em termos de dividendos, o Furacão é rei em relação a Vitória, São Caetano etc., do mesmo jeito que se torna súdito de Corinthians, Santos, São Paulo etc. Uma pena.
É por valorizar o embate igualitário que a NBA tem se mostrado mais divertida do que o Brasileiro. Na pré-temporada, para se ter uma ideia, o poderoso Lakers perdeu os oito jogos que disputou. Isso se explica por não ter levado suas estrelas à quadra ao mesmo tempo e por falta de entrosamento, tanto quanto por ter do outro lado um adversário pronto para a batalha.
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