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Contas, contas e mais contas. Tudo teria sido resolvido se o Atlético tivesse vencido a partida em Criciúma. Mas a impressão que se tirou do jogo de sábado foi a de duas equipes muito cuidadosas, exageradamente cuidadosas, preferindo manter o ponto já conquistado em vez de arriscar mais.

Para o Criciúma, tudo se entendia. O empate levaria – como levou – à classificação para a Primeira Divisão do ano que vem. Mas o Atlético estava separado apenas por um gol. E os anfitriões não ofereciam tanta resistência assim, principalmente a partir do instante em que os torcedores começaram a comemorar na arquibancada e até mesmo derrota classificaria. Foi como se, veladamente, viesse a mensagem: joguem vocês, que o nosso está garantido. O Criciúma ofereceu espaços e o Atlético – com Elias e Marcão – perdeu duas chances que poderiam ter antecipado o acesso.

Mas, pelo que imagino, nada tão preocupante. O Atlético agora só depende de um empate no clássico de domingo que vem, contra o Paraná, no Janguitão. Isso para não precisar combinar resultados, na hipótese de uma vitória do São Caetano contra o Guarani. E é aí que a coisa pega. Se o Atlético terá dificuldades naturais por jogar um clássico contra o Paraná Clube, apesar da considerável diferença técnica entre as duas equipes, o São Caetano terá um problemão em Campinas. Isto porque o Guarani está a um ponto da zona de rebaixamento e o Guaratinguetá, imediatamente atrás, enfrenta, em casa, o Barueri já morto e enterrado. Precisa vencer, portanto, complicando a situação do Azulão, que só se garante com a vitória fora de casa.

Ou seja: o acesso do Atlético é apenas uma questão de tempo. Muito mais tempo do que a torcida desejava.

A queda

A agonia se prolongou até onde foi possível. Mas não teve jeito e o Palmeiras caiu. De novo, dez anos depois de ter frequentado a Segunda Divisão. O castigo para os erros de gestão que foram se acumulando nessa década, quando o clube contou com os três principais treinadores do futebol brasileiro e nem assim deu certo.

Não deu certo com Muricy Ramalho nem com Vanderlei Luxemburgo nem com Luiz Felipe Scolari, que colecionam títulos por onde passam e encontraram sérias dificuldades para trabalhar no Palmeiras, subjugados pelas tantas interferências das distintas correntes políticas que dividem opiniões no comando da agremiação.

Caiu o Palmeiras, que será o representante oficial da Segunda Divisão nacional da Copa Libertadores da América do ano que vem. E que certamente viverá o impasse na escolha das prioridades entre a competição continental e a urgência em retornar ao bloco principal do Campeonato Brasileiro.

Será, certamente, um ano muito difícil para os palmeirenses.

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