O jogador do Atlético Paranaense Alan Bahia depôs no fim da manhã desta segunda-feira (6) na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), responsável pelas investigações do acidente em que o atleta se envolveu no dia 29 de julho, o qual vitimou o amigo e também jogador Alex Miranda, e deverá ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção). A outra sobrevivente do acidente, Janaína Loyola Alves, de 20 anos, também deu a sua versão para o ocorrido.
Por volta das 10h seis horas antes do horário previamente marcado , Alan Bahia apareceu para depor, acompanhado do seu advogado João Koelner Júnior, surpreendendo até mesmo o delegado titular do Dedetran, Armando Braga de Moraes Neto. "Ele nos surpreendeu pela manhã, já que o seu depoimento seria apenas as 16h. Tudo durou pouco mais de uma hora, e fomos direto aos pontos que faltavam ser esclarecidos", disse o delegado.
Em sua versão do acidente, Alan Bahia disse que não ingeriu qualquer tipo de bebida alcoólica antes de dirigir, e que a batida aconteceu porque ele tentou desviar de um outro veículo metros antes. "Ele falou que na véspera do acidente estava em Porto Alegre, onde o Atlético jogou com o Grêmio, e na partida ele sofreu uma pancada na coxa. Por isso estava usando um antiinflamatório. No dia do acidente, ele foi almoçar com o Alex (Miranda) e a Janaína na casa de um amigo, e lá ficaram durante toda a tarde. Ele disse que não ingeriu nenhuma bebida alcoólica, e que na hora de irem embora, o Alex pediu algumas latinhas de cerveja para levar para casa. O filho desse amigo colocou cerca de 20 latinhas em uma sacola plástica, e algumas quadras dali, na rápida do Portão, ele estava a 70 km/h e, ao desviar de um outro carro, perdeu o controle do veículo e bateu no poste", relatou Braga.
Alan Bahia ainda explicou no depoimento porque não quis ser atendido pelos socorristas do Siate. Segundo o jogador, "ele não quis atendimento em função de estar tomando medicação prescrita pelo médico do Atlético, e que outro tipo de remédio deveria ser evitado, por poder conter substâncias que poderiam aparecer em um exame antidoping".
O fato de não ter prestado socorro à Janaína também foi revelado. "Ele falou que estava em choque, preocupado com o amigo, e só depois viu que a moça estava sangrando, mas a porta do carro não abria, e pessoas que já estavam no local disseram que era melhor aguardar o Siate, pois parecia um caso grave", complementou o delegado.
Sobrevivente confirma informações de Alan Bahia
No início da tarde, às 14h30 desta segunda-feira, foi a vez de Janaína Loyola Alves depor. Sobrevivente do acidente, ao lado de Alan Bahia, a moça confirmou que era amiga de Alex Miranda havia dois meses. Janaína assegurou que não viu o jogador do Atlético consumir qualquer bebida alcoólica antes de dirigir, mas não soube dar detalhes do momento da batida.
"Ela confirmou que os três foram almoçar na casa de um amigo em comum, e durante toda a tarde não viu ele (Alan Bahia) consumir bebida alcoólica, e no momento em que saíram, a história das latinhas - colocadas dentro de uma sacola no carro a pedido de Alex Miranda - também foi confirmada. Do momento do acidente, ela lembra apenas do veículo rodopiar e bater. Depois ficou desmaiada por cinco horas, e só veio acordar no hospital", comentou Braga. A jovem já afirmou aos policiais que não pretende processar o jogador pelos ferimentos que sofreu no acidente.
Com esses dois depoimentos, somados aos outros cinco que o Dedetran já havia colhido com socorristas e testemunhas que estiveram no local, o delegado espera pelo laudo de necropsia de Alex Miranda e o laudo da batida, feito pelo Instituto de Criminalística, para concluir o inquérito. Pelos elementos levantados, Alan Bahia deverá ser indiciado por homicídio culposo. O prazo para a divulgação do inquérito, porém, é incerto. "Espero que possamos concluí-lo dentro de um mês", previu Braga.
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