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Policiais fizeram a segurança de Jair Cirino no hotel em Quatro Barras, onde foi realizada a coletiva: dirigente confirmou as ameaças feitas por integrantes da Império, com quem rompeu oficialmente | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Policiais fizeram a segurança de Jair Cirino no hotel em Quatro Barras, onde foi realizada a coletiva: dirigente confirmou as ameaças feitas por integrantes da Império, com quem rompeu oficialmente| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Teixeira diz que incidente atinge o futebol do PR

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, lavou as mãos sobre o in­­cidente ocorrido no Estádio Couto Pereira, no qual torcedores do Co­­­ritiba, revoltados com a queda do ti­­me para a Segunda Divisão, transformaram o gramado num campo de batalha. Ao ser perguntado se a CBF iria punir o Coritiba ad­­ministrativamente, o dirigente disse que isso era um assunto do Su­­perior Tribunal de Justiça Des­­portiva (STJD).

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Perseguição

"Tive de tirar a minha família de casa", diz dirigente alviverde

Três viaturas policiais, nove seguranças particulares e um hotel localizado em Quatro Barras – endereço revelado uma hora antes do início da entrevista coletiva. Assim continua a vida do presidente alviverde, Jair Cirino: fugindo. Já são três dias que o dirigente e sua família não aparecem em casa. E as ameaças continuam.

"Se eu mostrar a minha caixa de mensagens... São ameaças gravadas e algumas escritas. Tive de tirar a minha família de casa. Isso viola a minha liberdade pessoal, mas entendo que faz parte por eu dirigir uma entidade do porte do Coritiba", disse.

Cirino deve ir ao Rio ama­­nhã para, na CBF, mostrar todas as providências que estão sendo to­­madas pelo clube após o episódio. Ontem o dirigente também afirmou como pretende armar a defesa para diminuir ao máximo a pena que será imposta ao Couto Pereira. Irá mostrar que o clube não foi o responsável pelo incidente, mas sim a torcida organizada.

"Essa liminar já deferida (de in­­terdição preventiva) tem como argumento a falta de infraestrutura para realização de eventos. Mas se não havia para esse jogo porque ha­via para os outros? Nós avisamos, tomamos as medidas necessárias, mas extrapolou. Isso não aconteceu apenas com o Coritiba, mas vários outros clu­­bes", argumentou. "Sei que é difícil conseguir absolvição. Mas vamos fazer todos os esforços para minimizar as punições."

O Coritiba apontou a torcida organizada Império Alviverde como a principal responsável pela violência ocorrida após a partida contra o Fluminense, domingo, no Couto Pereira. Por nota oficial e em entrevista do presidente Jair Cirino, o clube afirma que não tem dúvidas de que foram membros e dirigentes da organizada os autores da selvageria e pediu punição exemplar.

"Não só temos certeza absoluta (da autoria da organizada), como imagens e vídeos que temos condizem com essa certeza. Além disso, corrobora as ameaças que sofri pessoalmente", afirmou Ci­­ri­­no, lembrando de quarta-feira passada, quando foi cercado por 30 membros da facção, no Couto Pereira. "Não só me ameaçaram, mas ao patrimônio do clube".

A uniformizada foi aliada da diretoria durante toda a gestão de Cirino. No jantar do centenário, em outubro, uma bandeira da facção adornava o palco do evento, que teve a bateria da Império como atração.Ontem, o dirigente anunciou a tardia ruptura. Avisou que o clube está à frente da identificação dos integrantes da torcida que protagonizaram o quebra-quebra. Ainda não há a conta do prejuízo com o vandalismo, mas estima-se que bata nos R$ 500 mil.

O dirigente explicou o motivo da demora de dois dias para falar. Queria primeiro se reunir com membros dos dois conselhos (Administrativo e Deliberativo) para, de cabeça mais fria, tomar as decisões certas. Estava bem orientado. Leu todo o pronunciamento e depois respondeu a apenas dez perguntas, uma para cada órgão de comunicação que estava presente. Por isso, boa parte das dúvidas sobre o futuro alviverde permaneceu da mesma forma, sem resposta.

O dirigente pouco falou sobre o que, na opinião dele, causou a queda. Tratou apenas de repetir o que já havia dito em várias outras oportunidades. Voltou a falar na semifinal da Copa do Brasil, na contratação de Marcelinho Pa­­ra­­íba e que o Coritiba tinha uma equipe melhor que muitas outras no Brasileiro. Até a ideia de continuar à frente do clube, o que nos bastidores vinha sendo tratado como algo inviável, permaneceu: Cirino é o primeiro candidato para presidir o Alviverde em 2010/11.

"Não seria pela queda que deixaria o projeto de continuar na presidência do clube. Se já era pre­­sente com a permanência, se re­­forçou ainda mais com a queda", disse, para depois afirmar que, se isso ocorrer, continuará "com os mesmos métodos de gestão".

O que deve mudar é boa parte do G9. O grupo deverá ser reformulado. Com o adiamento da eleição para 21 de dezembro e da extensão do prazo de inscrições para as 18 horas do dia 16, o dirigente pretende formar o novo grupo nos próximo dias.

Por ora, garantiu a permanência do gerente de futebol, Felipe Xi­­menes (João Carlos Vialle e Mau­­rício Cardoso devem sair), do técnico Ney Franco e avisou que fará uma redução radical de gastos para conseguir encaixar a folha de pagamento (atualmente em R$ 1,5 milhão) no orçamento reduzido do ano que vem, quando receberá apenas R$ 500 mil mensais da tevê, dinheiro que, em boa parte, está consignado por empréstimos para pagar.

"Vamos buscar ampliar o nú­­mero de sócios, investir nas categorias de base, lutar por pa­­tro­­cínios, enxugar a máquina e re­­ver alguns contratos (de atletas)", disse.

Parte dessa redução no orçamento deve vir com a saída de Marcelinho. Segunda-feira à noite, após a entrega do Prêmio Cra­­que Brasileirão, o meia disse ter medo de voltar a Curitiba.

"Fiquei assustado com aquilo tudo. Você logo pensa em como vai proteger a sua família daquilo tudo. Tenho contrato até ju­­nho, mas vamos ver o que vai acontecer até o final do ano", afirmou o jogador.

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