Torcida
Derrota não desanima torcida coxa em Barueri
Adriano Ribeiro, enviado especial
A torcida do Coritiba marcou presença na Arena Barueri. Ao todo, 4 mil ingressos foram comercializados para os coxas-brancas. Ontem, apenas da frente do Couto Pereira, partiram 14 ônibus lotados de torcedores para testemunhar a decisão. Alguns também enfrentaram viagens de avião e carro para ir à cidade da Grande São Paulo, mas acabaram vendo o filme do ano passado se repetir, pelo menos em parte.
Com a derrota fora de casa para o Palmeiras, o Alviverde paranaense terá de superar o Porco no duelo de volta, em Curitiba, para evitar o segundo vice-campeonato do torneio consecutivo. No ano passado, a equipe perdeu a taça para o Vasco em pleno Couto Pereira.
O estádio do Alto Glória, mais uma vez, vai receber a grande final e a torcida aposta em um final diferente. "Nenhum resultado aqui [em Barueri] pode ser considerado desastroso, porque o Coritiba é muito forte quando joga diante da torcida", afirma o advogado Paulo Fabrício Gusso, de 31 anos. Ele foi de carro para São Paulo junto com outros quatro amigos coxas.
O comerciante Gilson Rodrigues, de 46 anos, gastou pouco mais de 8 horas de viagem para ver a partida e acredita na virada no duelo decisivo. "O Palmeiras é forte, mas no Couto a gente vence. No ano passado, escapou por muito pouco e não vai acontecer de novo", diz ele, que, assim como boa parte da torcida do Coritiba, preencheu as arquibancadas já duas horas antes do início da partida.
Para a partida em casa, na próxima quarta-feira, às 21h50, um público de mais de 30 mil pessoas é aguardado.
O Coritiba viu um a um os seus temores se materializarem na Arena Barueri. A bola parada, maior virtude do adversário, e a falta de capricho nas finalizações, falha própria tantas vezes repetida. E ainda foi surpreendido por um novo fantasma: uma arbitragem muito criticada e decisiva no resultado.
A revolta em relação a várias marcações do goiano Wilton Pereira Sampaio ditou o discurso alviverde. Faltas não marcadas, um pênalti contra, uma penalidade não assinalada em Tcheco e um impedimento no segundo gol paulista irritaram a equipe. Geralmente contido, Marcelo Oliveira chegou a atravessar todo o gramado para bradar com os responsáveis pelo apito chutando tudo o que encontrava pela frente. "Contra o Vasco [na final do ano passado] também foi assim", disse o comandante.
"É uma luta para gente conseguir uma falta. A arbitragem ajudou o Palmeiras", disparou o meia Rafinha.
O goleiro Vanderlei também considerou a jogada da penalidade como um lance normal. Porém, também cobrou eficiência. "Não adianta ser melhor, tem de criar chance e fazer. Não fizemos", disse.
Para completar os receios da equipe, o time perdeu o zagueiro Emerson para a grande final. Pendurado, o único jogador do elenco que havia disputado todas as partidas da Copa do Brasil em 2011 e 2012, levou terceiro cartão amarelo.
"É piada, infelizmente, [o juiz] inverteu algumas faltas, mas temos de ter tranquilidade e ir para nosso caldeirão lá", disse o defensor, que terá de engrossar o coro da torcida para tentar reverter o placar em casa, se apegando ao talismã do Couto Pereira. "Não acabou, não tem nada impossível", emendou Marcelo Oliveira.
Tcheco confia na força caseira para virada
O experiente Tcheco exaltou a força do Couto Pereira para garantir ânimo na sua despedida. Tom confiante apesar do abalo visível do time no segundo tempo quando o resultado desmontou a equipe.
"A torcida vai nos dar a força de vontade. Vamos fazer gol em casa, a gente está sendo um dos times mais eficientes dentro do Couto Pereira, tanto que foi isso que nos fez brigar pela Libertadores até a última rodada do Brasileirão [de 2011]. Um jogo histórico, pela final, mas também por uma virada que nos dará o título", afirmou o meia, que fará o último jogo da carreira na decisão.
O jogo
O Coritiba dominou o primeiro tempo, mas perdeu chances claras de gol e viu o Palmeiras abrir o placar nos acréscimos com Valdívia de pênalti. Na etapa final, o time da casa melhorou e ampliou, em gol irregular. Mesmo com um jogador a mais, o Coxa não conseguiu diminuir.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura