Ex-funcionários reclamam
No mês passado, a reportagem da Gazeta Maringá conversou com alguns ex-atletas do Grêmio Maringá, que criticaram o presidente Aurélio Almeida, além de reclamar que não foram pagos. Na ocasião, o ex-atacante Adriano Almeida garantiu não ter recebido R$ 7 mil. "Deu uma merrequinha em dinheiro e algumas notas promissórias. Ele foi um dos que me fez repensar sobre o verdadeiro futebol."
A mesma situação foi sentida pelo atacante Wellington Sorriso. "Não posso perder tempo contando o que ele me deve. Pelas conversas com outros jogadores, fiquei sabendo do passado dele e que não irá pagar. Tinha contrato de três anos", citou.
Até jogadores do júnior, selecionados em uma peneira que custou R$ 250, cobram do presidente do Grêmio. "Pagamos aquele valor absurdo, recebemos um uniforme de péssima qualidade e ficamos jogando por um bom tempo e jamais recebemos nem a passagem do ônibus", contou o ex-goleiro Alex Veiga.
O Grêmio Maringá não tem mais sede. Na última sexta-feira (25), o clube desocupou a sala comercial no Novo Centro, que vinha sendo utilizado como escritório desde 2010. A informação foi divulgada na segunda-feira (28) pelo site do time, que não era atualizado desde junho deste ano.
Este é apenas mais um difícil episódio vivido pelo clube, que nos últimos anos colecionou muitos fracassos e, segundo ex-jogadores, dívidas incalculáveis. Em junho, antes de ser rebaixado para a "Terceirona" do estadual, o Galo chegou a ser colocado à venda pelo seu presidente Aurélio Almeida.
De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa, o atual objetivo do time é encontrar um novo endereço. "A meta do clube, agora é encontrar outro local para acomodar seu escritório e recomeçar com um trabalho pé no chão visando montar uma equipe competitiva para a disputa da segunda divisão [já que existem rumores de que a terceira divisão não acontecerá em 2014] do Campeonato Paranaense."
Outra intenção é adquirir um centro de treinamentos para, segundo o comunicado, "não depender da boa vontade dos munícipes locais". Em junho deste ano, Aurélio Almeida já havia se queixado de que a Prefeitura de Maringá não estaria liberando campo para os treinos da equipe, o que seria uma das causas da desastrosa campanha deste ano, quando o time terminou na lanterna da Divisão de Acesso.
O comunicado também informou que o clube passa por um momento de reformulação e que busca contar com uma diretoria formada somente de maringaenses que tenham ligação afetiva com o clube, que já foi tri-campeão paranaense (em 1963, 1964 e 1977). "O Grêmio Maringá reitera aos pequenos comerciantes [e grandes também], empresários e a todos que amam esse clube e que desejam ajudar a levantar um ícone que se encontra em um momento histórico difícil, que contribuam para que o Grêmio Maringá não seja mais alvo de notícias depreciativas."
A reportagem tentou contato com Aurélio Almeida, mas ele não foi localizado para comentar a situação do time.
Sem comprador
Três meses após ter sido colocado à venda, não há notícias de que algum interessado tenha adquirido o Grêmio Maringá. Aurélio Almeida chegou a encaminhar uma carta ao prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin (PP), dando preferência de compra ao Município. No entanto, o Executivo municipal informou que o poder público não poderia fomentar um clube particular.
Em junho, Almeida foi perguntado se existia a possibilidade de fechar o time caso nenhuma proposta aparecesse. Na ocasião, o dirigente disse que em hipótese alguma não apareceriam propostas para a compra do Grêmio.
O time também chegou a ser colocado à venda no final de 2011. Naquele ano, Almeida informou que o time estava sendo negociado com um grupo de investidores. No entanto, poucos meses depois, a direção do Grêmio informou que o clube não seria mais vendido.