O técnico atleticano Leandro Niehues comanda o treino no CT do Caju: não adianta torcer contra o Coritiba se não vencer o Timãozinho hoje| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Adversário

Timãozinho mescla alegria e inteligência

Sem a pressão das últimas rodadas, quando correu sério risco de não se classificar para o octogonal, o Corinthians-PR espera desempenhar no Estadual o mesmo futebol da Copa do Brasil. Na competição nacional, venceu as três partidas que disputou, duas contra o Ju­­ventude e uma contra o Ceará. "A carga que estava nos ombros dos meninos sumiu. Poderemos jogar com mais inteligência, mais alegria e menos pressão", diz o técnico Lio Evaristo, que poderá contar com força máxima. "Temos de procurar o equilíbrio. Se esperar demais, toma o gol. Se sair demais, toma contra-ataque".

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Ex-companheiros, técnicos têm amizade suspensa por 90 minutos

Leandro Niehues e Lio Evaristo têm história nos dois clubes. De­­pois de indas e vindas, hoje o primeiro estará no banco do Atlético, enquanto o amigo co­­mandará novamente o Corinthians-PR.

"Nos conhecemos desde o PSTC (de Londrina). Depois, vim trabalhar nas categorias de base do Atlético (em 1999) e ele também, três anos mais tarde", conta Lio. "Aqui trabalhamos em equipes di­­ferentes, ele na júnior e eu na juvenil, por exemplo. É meu amigo e às vezes conversamos, sim", diz Niehues, resistindo a se aprofundar no assunto. "Acho que não vem ao caso ficar falando um do outro. Temos é de falar do jogo", corta.

O atual comandante do Corin­­thians deixou o Rubro-Negro em 2005. Uma saída conturbada, após ter ficado meses afastado do trabalho, período iniciado com a demissão do técnico Edinho Nazareth entre os dois Atletibas decisivos do Paranaense. De lá para cá, rodou por times do interior do estado e está em sua terceira passagem pelo clube do Barigui, antes Malutrom e J. Malucelli. "Não estamos pensando no lado individual. Se tudo andar conforme esperamos, o time vai se destacar, alguns jogadores também e o treinador por consequência. Estou me preparando melhor em alguns aspectos, como postura, comportamento...", diz Lio, ainda esperando uma chance de treinar os profissionais de um grande clube.

Chance que chegou recentemente para Niehues. Credenciado pelo vice-campeonato estadual do ano passado com o J. Malucelli, ele voltou ao Atlético, clube do qual ha­­­­via saído em 2006, como auxiliar de Antônio Lopes. Agora no lu­­gar do Delegado, tenta fazer o time deslanchar. "É um desafio, mas que estou tendo por méritos próprios. Quero dar uma resposta prin­­cipalmente à torcida", afirma.

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Pela primeira vez o Atlético pode assumir a liderança do Estadual. Basta vencer o Corinthians-PR hoje, às 21h45, na Arena, jogando toda a pressão para o rival Coritiba. Amanhã, a torcida seria por um tropeço do campeão da pri­­meira fase, que pegou logo de cara um clássico com o Paraná, e pronto, o Rubro-Negro estaria na ponta do octogonal decisivo.

"Corremos o tempo todo atrás na fase anterior. A pressão estava em cima da gente. Agora, se ga­­nharmos, jogamos toda a responsabilidade para o lado deles, que também terão um jogo muito difícil", afirma o atacante Bruno Mineiro.

Na primeira fase, valendo o su­­permando – com direito a sete jogos em casa e dois pontos extras –, o Furacão viu o Coxa ganhar do Serrano na estreia, enquanto ficava no empate com o Toledo. De­­pois, não conseguiu mais alcançá-lo, tendo de se contentar com o segundo lugar. Ou seja, seis partidas como mandante e um ponto extra.

Nada que desanime o técnico Leandro Niehues. No ano passado ele comandava o J. Malucelli (hoje Corinthians), que derrubou o Atlético, então detentor do supermando, logo na primeira rodada do octogonal. O Rubro-Negro só ficaria com a taça porque em seguida os principais adversários também viriam a tropeçar. "Veja como é: o Coritiba fez a melhor campanha e já tem um clássico. Coisas da tabela, que já estava pronta de acordo com as posições", diz o treinador, vendo boas possibilidades de o rival não vencer.

Porém ele alertou os jogadores que toda essa conversa não valerá nada se o time não corresponder. "O regulamento tem essas nuances. Jogar antes ou depois se tornou uma situação chave. Mas temos de entrar pressionados também, porque apenas se ganharmos conseguiremos inverter a situação."

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A estreia infeliz no octogonal de 2009 também foi lembrada como estratégia para precaver a equipe atleticana. Afinal, a base do algoz é a mesma, apesar de o Timãozinho ter pego apenas a oitava vaga e não fazer nenhum jogo em casa. "O importante é que agora começa tudo do zero, ou quase. E para nós é indiferente onde vamos jogar", discursa o técnico Lio Evaristo, acostumado a comandar um time sem torcida.

No Atlético, Niehues decidiu recolocar o centroavante argentino Javier Toledo entre os titulares. "Como o adversário tem três zagueiros fortes, precisamos de mais presença física ali. O Tartá foi bem na última partida e ficará como opção", explica. Outro que retorna é o volante Alan Bahia, na vaga do meia Netinho.

Caso as coisas se mantenham iguais após a primeira rodada, no fim de semana o Furacão terá nova chance de jogar psicologicamente com o rival. Recebe o Cas­­cavel, sábado, enquanto o Cori­­tiba só volta a campo no dia se­­guinte para enfrentar o Corin­­thians-PR.

Ao vivo

Atlético x Corinthians-PR, às 21h50, na RPC TV e no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.b/esportes)

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Veja a ficha técnica do jogo Atlético X Corinthians-PR:

Em Curitiba

Atlético

Neto; Manoel, Rhodolfo e Chico; Raul, Valencia, Alan Bahia, Paulo Baier e Márcio Azevedo; Bruno Mineiro e Javier Toledo.

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Técnico: Leandro Niehues.

Corinthians-PR

Colombo; Neto, Leandro e Elton; Araújo, Renan, Ronaldo, Cícero e Dill; Bruno Batata e Willian.

Técnico: Lio Evaristo.

Estádio: Arena. Horário: 21h45. Árbitro: Jarbe Cassou. Auxs.: Moisés Aparecido de Souza e José Amilton Pontarolo.

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