Conclusão da Arena: Furacão trabalha ativamente e ainda acredita em solução privada, mesmo diante da "oferta" de recurso do BNDES| Foto: Divulgação / CAP

A incerteza que ronda a conclusão da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014 ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. A diretoria do Furacão descartou totalmente o financiamento que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) montará para a adequação ou conclusão dos estádios privados do Mundial. Enquanto São Paulo e Internacional (donos de Morumbi e Beira-Rio, respectivamente) apontam para tomar o empréstimo, o Rubro-Negro aposta em outro caminho. E sem dinheiro público.

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"Não temos interesse neste financiamento e o Atlético não irá tomar qualquer empréstimo. Vai atrás de outra alternativa. Nossas avaliações mostraram, depois de algumas reuniões com o BNDES, que a dívida contraída seria impagável, mesmo com juros subsidiados e prazo maior de carência. Não podemos comprometer o futuro do clube com um projeto que é da cidade", disse o vice-presidente do Furacão, Ênio Fornéa, à Gazeta do Povo. O dirigente vem tratando mais diretamente do assunto referente à conclusão da Arena e mostra otimismo.

"Ontem (quarta-feira) mesmo tivemos uma reunião com um possível parceiro. Não iremos buscar dinheiro público e nem esperamos por isso. Temos conversando com outras empresas também, enfim, a nossa parte estamos fazendo. Até março de 2010 tudo tem que estar definido e as obras começarem, então tenho convicção que será feito", complementou Fornéa, adiantando que as conversas estão sendo realizadas com empresas do Brasil e uma multinacional.

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A postura atleticana para a conclusão da Arena no caminho da Copa de 2014 também aparece na área de marketing, setor que se diz próximo de um acerto para obter um novo "naming rights" para o Joaquim Américo entre novembro e dezembro deste ano.

Do lado do poder público, o vereador Mário Celso Cunha, também presidente da Comissão Especial da Copa na Câmara, disse recentemente à Gazeta que "o ideal seria o governo estadual ou municipal avalizar o financiamento junto ao BNDES, pegar o dinheiro e repassar para o término da obra". Entretanto, nem o Atlético ou a própria prefeitura parece falar neste mesmo tom.

"Não existe a menor possibilidade disso ser feito, não sei o porquê de tanta desconfiança. Estou certo que a conclusão da Arena vai ser viabilizada, Curitiba receberá a Copa e participaremos ativamente até as quartas de final. Tivemos algumas reuniões em Brasília e estamos relativamente tranquilos", ponderou o secretário e gestor de Curitiba junto à Fifa, Luiz de Carvalho. "A nossa posição inicial segue a mesma. A minha expectativa pessoal é viabilizar estes parceiros privados. Nem queremos qualquer tipo de dinheiro público", comentou o presidente Marcos Malucelli.

Por enquanto, a única certeza é que a Fifa já adiantou a todas as cidades: sem obras em março de 2010, cortes podem ocorrer.

Isenção de impostos também em discussão

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Assim como Inter e São Paulo, o Atlético aguarda e acompanha com atenção a possibilidade de isenção de alguns impostos importantes na conclusão de todos os três estádios privados, como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). "O Conselho Nacional Fazendário, a Assembléia Legislativa e a Câmara estão avançando nestas discussões. Todas são de alta complexidade, porém não há nada imediato", explicou Luiz de Carvalho.

Outro ponto importante que, espera-se, será definido nas próximas semanas é o montante que cada uma das 12 cidades-sedes irão receber do governo federal para investirem em obras de mobilidade e infraestrutura. O BNDES já se mostrou disposto a financiar até R$ 5 bilhões. "O respeito do governo conosco tem sido muito grande, não temos do que nos queixar", limitou-se a concluir o secretário, evitando falar em números para Curitiba ou prazos.

Conforme a Gazeta do Povo já trouxe em março deste ano, para pôr de pé 100% do projeto enviado à Fifa, a capital paranaense precisaria de aproximadamente R$ 9 bilhões, mas a tendência é que apenas as prioridades sejam contempladas.