Adversário
Criciúma encerra jejum de oito anos fora do 1º escalão
Não era título, mas a confirmação do acesso do Criciúma teve direito até à volta olímpica. O tamanho da comemoração, que levou lágrimas aos torcedores nas arquibancadas do Heriberto Hülse, explica-se pelos oito anos que o time esteve longe da elite do futebol brasileiro. Até por isso, a torcida lotou o estádio e não parou de cantar.
Apesar do bom desempenho durante a competição, o time catarinense postergou a garantia da vaga na Série A de 2013, perdendo três jogos seguidos em casa antes do confronto com o Rubro-Negro. "A gente sofreu, foi muito criticado neste ano. Um jogador só não faz milagre. Agora, vamos buscar o título também", destacou o zagueiro Ozéia. A possibilidade de vencer o campeonato surgiu com o empate do líder Goiás por 1 a 1 contra o São Caetano, ontem. O Tigre chegou a 72 pontos, três atrás do time goiano. Uma vitória dos catarinenses e uma derrota do Goiás dão o título ao Criciúma.
"É merecido porque foi a única equipe que permaneceu no G4 durante todo o campeonato. A torcida merece", comemorou o técnico Paulo Comelli. "Fico feliz de ter participado dessa conquista nesse time maravilhoso", acrescentou o artilheiro Zé Carlos.
"Ficou de bom tamanho. O importante era não perder. Saímos com um empate e vamos decidir em casa, onde temos todas as condições."
Paulo Baier, meia do Atlético.
"Nada foi fácil para nós no campeonato. Vai ser mais uma final [contra o Paraná]. Somos fortes em casa, a torcida vai apoiar o tempo todo."
Maranhão, lateral do Atlético.
Quis o destino que a última chance do Atlético voltar à Primeira Divisão ficasse para o clássico contra o Paraná, no próximo sábado, às 16h20, no Ecoestádio. Um ingrediente extra ao "jogo da vida" do Furacão na temporada, na rodada recheada de derbis na despedida da Segundona em 2012. Promessa de casa abarrotada, apesar das restrições da Polícia Militar, que pediu diminuição da capacidade número ainda não divulgado.
A importância do confronto derradeiro está exposta nas palavras do técnico Ricardo Drubscky. "Se não comermos, vamos ficar com fome. E temos que comer de qualquer jeito. Não tem mais o que fazer. No próximo sábado é tudo ou nada", destacou.
Apesar de a partida não valer nada para o rival, que não briga nem pelo acesso nem contra o rebaixamento, os jogadores e comissão técnica do Rubro-Negro não esperam facilidade. Nem mesmo os atrasos nos salários e greve na Vila Capanema indicam que o Furacão encontrará caminho livre para selar a promoção. A expectativa é encontrar o Tricolor motivado pela rivalidade local.
"Vai ser um clássico muito difícil. Respeitamos muito o Paraná, eles têm qualidade, bons jogadores e um treinador que chegou e, apesar das dificuldades que estão passando, conseguiu contemporizar a situação. Vamos ter que suar muito porque se subirmos vai ser por merecimento nosso", completou Drubscky.
O zagueiro paranista Alex Alves, por exemplo, já declarou que a vitória contra o rival seria "um presente" à torcida tricolor.
A seu favor, o Rubro-Negro tem um tabu considerável. Não perde para o Tricolor desde março de 2008, quando foi derrotado por 1 a 0, na Arena. Desde então, foram oito partidas e oito vitórias atleticanas.
Assim, e dependendo de somente um empate, a confiança é grande. "O Paraná vai fazer de tudo para atrapalhar, mas a equipe está consciente da dificuldade. Vamos dar o máximo e o acesso vai ser em casa com certeza", disse Felipe, que recebeu o terceiro cartão amarelo o provável substituto é Henrique.
Ainda nos vestiários do Heriberto Hülse, os atletas contaram com o apoio do presidente Mario Celso Petraglia, como revelou Drubscky. "Ele fez uma fala muito sábia e poderosa. Deu a palavra de ânimo, depositou confiança e deu parabéns por tudo o que fizemos até agora."
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