Em 1990, Dirceu, atual técnico do Nacional, marcou dois gols pelo Atlético nas partidas finais do Estadual.| Foto: Josue Teixeira/Josue Teixeira

Na luta para fugir do Torneio da Morte, o Atlético reencontra domingo (22), na Arena da Baixada, um velho conhecido que está no comando do vice-lanterna Nacional: o ex-atacante rubro-negro Dirceu de Mattos, carrasco do Coritiba no início dos anos 90.

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Ele foi autor de quatro gols em Atletibas em 1990. Dois saíram na final do Estadual daquele ano – um de empate no primeiro jogo decisivo (1 a 1) e outro que abriu o placar no jogo que garantiu o título paranaense (2 a 2), na famosa decisão do gol contra do zagueiro alviverde Berg .

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Dirceu conseguiu levar o Nacional à primeira vitória neste Estadual no último final de semana, diante do Rio Branco, em Paranaguá. O treinador, que é nascido em Rolândia, assumiu o comando do time na quinta rodada.

Para tentar animar o elenco do Nacional, que vai disputar o Torneio da Morte, Dirceu recorre à própria história do Atlético de 1990. Naquele ano, o Furacão foi campeão, mas amargou um dos maiores jejuns de vitórias da história: dez jogos sem vencer. “Fiquei um turno inteiro contundido e foi um tempo difícil para o time. A pressão era muito grande”, lembra.

O fim da sequência ruim veio com uma vitória sobre o Paraná por 2 a 1. “Foi naquele jogo que retornei, marquei um dos gols e voltamos a vencer. A partir dali, toda a carga emocional saiu. Todos no clube passaram a nos olhar diferente, Aí deslanchamos”, recorda.

Dirceu, entretanto, sabe que o próprio Atlético pode se apegar a essa reviravolta de 1990 para buscar a reabilitação neste Estadual. O time da Baixada não vence há cinco jogos.

“Estávamos oito partidas sem vencer, então imagine a motivação, a disposição que nossos jogadores estavam. É o mesmo que acontece com o Atlético hoje. Nós já sabemos que estamos no Torneio da Morte, mas para eles a ficha ainda não caiu”, comenta o ídolo atleticano sobre o risco que a equipe agora comandada pelo estreante Enderson Moreira corre.

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O Furacão terá um aliado: a Arena da Baixada. Será a primeira vez do treinador no estádio atleticano. No entanto, para Dirceu, não se trata de um reencontro.

Quando despontou no Atlético, o time jogava no Pinheirão e só treinava na velha Baixada. “Era um campo de treino, cheio de mato e fedorento. Nunca joguei na Baixada. Não tive essa felicidade. Mesmo assim, a cada reencontro com a torcida daquela época, a saudade é grande e o respeito de todos é enorme”, orgulha-se Dirceu, que se apega ao seu retrospecto como técnico contra o Furacão. “Nunca perdi. Um empate pelo Nacional e uma vitória pela Portuguesa Londrinense”, revela.

O técnico do Nacional é compreensivo com a fase do clube onde fez história. Mas diz que vai buscar o resultado na Arena. Mesmo sabendo dos perigos. “Atacante é momento, e o momento dos atacantes do Atlético não é bom. De uma hora para outra, pode virar”, aponta. “Por isso temos que tomar cuidado, pois é um jogo de vida ou morte”, conclui o treinador , com conhecimento de causa de quem foi o carrasco dos anos 90.