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O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair disse nesta terça-feira (26) que o Brasil tem uma "oportunidade única" de "construir para o futuro" com a realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. De modo genérico, aconselhou o País a aproveitar os eventos para deixar um legado, tanto nas áreas econômica, social e ambiental quanto na conquista de um "espírito esportivo". Para ele, o esporte deve ser mais que uma atividade física: é uma oportunidade para a sociedade se transformar.

Blair deu as declarações nesta terça-feira, durante seminário em São Paulo, no qual falou a líderes empresariais sobre sua experiência em relação à Olimpíada de Londres, que acontecerá em 2012. Primeiro-ministro entre 1997 e 2007, ele foi um dos responsáveis por levar o evento para a capital britânica.

O ex-premiê dividiu em cinco tópicos os desafios para organizar uma Olimpíada. Um deles estaria relacionado com um legado de "regeneração" das cidades, principalmente com melhorias no que diz respeito à infraestrutura. "Os Jogos Olímpicos nos forneceram a oportunidade de renovar o sistema de transporte de Londres", afirmou. "Infraestrutura é vital, pois cria benefícios para os negócios, para a sociedade." Ele citou também a questão dos aeroportos como um problema global.

Blair disse que é preciso erguer obras pensando a longo prazo, não apenas nos dias do evento. Ele voltou a citar o exemplo de Londres, que "está usando os Jogos Olímpicos para modernizar áreas pobres". O ex-primeiro-ministro afirmou que, para isso, o governo necessita de boa gestão, precisa definir suas metas, provar que tem capacidade de realizar a Olimpíada. Isso porque, segundo ele, uma governança eficiente se torna uma vitrine para o mundo.

Em outro ponto, Blair defendeu a parceria entre o setor público e privado para a realização dos eventos. Ele abordou a diferença que costuma ocorrer entre o valor orçado e valor realizado. O ex-premiê disse que ficaria surpreso se um evento do porte de uma Olimpíada estivesse dentro daquilo que foi orçado inicialmente. "É difícil de mensurar (os gastos)."

Por fim, Blair abordou a questão do "espírito dos Jogos". Segundo ele, é preciso ter em mente o espírito do que os Jogos Olímpicos podem representar para uma nação. "É a chance de uma integração social", afirmou. "Não queremos que Londres seja vista apenas como destino turístico, mas como uma cidade moderna que representa a globalização europeia", disse. "Vocês (brasileiros) têm uma oportunidade de mostrar o Rio e o Brasil como símbolo de um mundo que está em transformação."

Blair finalizou sua participação no seminário reforçando a oportunidade "grandiosa" que o Brasil tem com a Copa do Mundo e com a Olimpíada. Ele disse que o País possui respeito e admiração internacional. "O mundo está com vocês", afirmou.

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