Mais do que decepcionar, a equipe feminina de ginástica artística do Brasil transpareceu uma situação preocupante, nesta segunda, no primeiro dia de disputas da modalidade nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Apesar de contar com nomes consagrados como Daiane dos Santos e Daniele Hypolito, a equipe brasileira ficou fora do pódio por equipes, apenas na quinta colocação, com 209.825 pontos. O ouro foi para os EUA (219.750), a prata para o Canadá (217.450) e as donas de casa faturaram o bronze (214.325). Até a Colômbia ficou à frente do Brasil, com 209.975 pontos.
As brasileiras já haviam ido mal no Campeonato Mundial, há duas semanas, ficando apenas na 14.ª posição, longe da zona de classificação à Olimpíada de Londres - oito vagas por equipes estavam em jogo. Na ocasião, o time do Brasil contava com Jade Barbosa, que foi cortada do Pan por lesão.
Se nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, há quatro anos, a ginástica artística feminina rendeu seis medalhas ao Brasil (um ouro, uma prata e quatro bronzes), incluindo um segundo lugar no pódio por equipes, em Guadalajara a expectativa não é das melhores.
Por conta dos descartes (o limite é de duas atletas de um mesmo país em cada final), o Brasil terá quatro representações em finais por aparelhos: Adrian Nunes (salto) Daniele Hypolito (salto e solo) e Priscila Cobelo (trave). Nenhuma ficou entre as cinco melhores do aparelho. Avançaram também para a final do individual geral Daniele Hypolito (em oitavo) e Bruna Leal (em 14.º).
Nesta segunda, as brasileiras sofreram com quedas. Esperança de medalha na trave, Daniele caiu e recebeu apenas 13.500 no aparelho. "Peço desculpas pelas falhas, mas tenho que entender que há uma semana estava disputando o Mundial no Japão. Trocamos fuso horário, trocamos aparelhagem. Sofremos a pressão do Mundial, sofremos a pressão do Pan. Já tenho 27 anos, não é fácil. Não sou perfeita, gostaria de ser", desabafou Daniele.
Adrian Nunes e Gabriela Soares também caíram da trave. No solo, Daiane dos Santos sofreu uma queda e, em seguida, pisou fora do tablado, durante a aterrissagem de um duplo mortal grupado. Assim, teve apenas a 24.ª melhor nota do aparelho. "Estou muito surpresa, nunca imaginei que fosse errar o duplo grupado. Meu solo estava ótimo até essa passada, a coreografia estava mais solta, estava tudo certinho. Ficaria menos chateada se isso acontecesse na disputa individual, porque não afetaria a equipe. Sabia que elas precisavam da minha nota, isso me deixa muito chateada", lamentou Daiane.
Grande estrela do último Pan e uma das melhores ginastas do mundo, a norte-americana Shawn Johnson retorna de uma cirurgia no joelho, realizada no ano passado, e mostrou estar longe da melhor forma. Só vai disputar uma final individual: nas barras assimétricas.
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