Como no futebol, a política também é uma caixinha de surpresas. Está aí o prefeito Luciano Ducci para confirmar essa antiga máxima futebolística que se materializou nesta eleição. Gustavo Fruet imitou Paulo Baier e virou o jogo no último minuto. Desprezado pelo governador Beto Richa, após brilhante performance como candidato a senador, Fruet viu-se obrigado a mudar de partido e mostrou força nas urnas captando expressiva parcela eleitoral da classe média curitibana. Ratinho Júnior, por sua vez, revelou potencial na periferia e não deve se iludir com os apoios recebidos para o segundo turno, afinal ele chegou até aqui pelo próprio brilho e não precisa contar com a ajuda de políticos carreiristas que transformaram a vida pública em profissão.
Mas, parafraseando os ministros do STF no julgamento do mensalão, como temos o domínio do fato vamos fatiar o tema.
Mesmo ainda sendo um dos principais artilheiros do time, Bruno Mineiro foi ignorado pelo comando atleticano e cedido por empréstimo à Portuguesa, onde se destaca como goleador da Série A, ao lado de Fred, com 14 gols. Pergunto: é mais difícil marcar gols na Portuguesa ou no Fluminense?
Bruno Mineiro foi mal avaliado, tanto que no ano passado enquanto ajudava o Sport no retorno à Série A, via o Atlético cair para a Série B por inoperância do sistema ofensivo. Aliás, com bons jogadores como Paulo Baier, Cléber Santana, Marcelo Oliveira, Guerrón e outros, quem derrubou o Furacão foram os dirigentes naquele festival de trocar de treinador a cada dois meses.
O aproveitamento pífio de Adilson Batista, a decepção com Renato Gaúcho que abandonou o trabalho no primeiro percalço e a indolência do veterano Antônio Lopes foram decisivos no rebaixamento rubro-negro. A maior dificuldade do Atlético sempre foi a montagem do elenco e a concepção de um planejamento de longo prazo. Na formação do grupo verificam-se muitos palpites errados, interferências negativas de empresários e, sobretudo, má avaliação dos jogadores; na formulação e execução do planejamento, o drama é o imediatismo dos cartolas, que se perdem quando sofrem pressão, e, por qualquer motivo, trocam de técnico. A dispensa de Jorginho, que indicou a maioria dos jogadores do atual elenco e aprova no comando do Bahia, não foi bem explicada.
O Coritiba mostrou-se mais equilibrado na gestão futebolística e, por isso, bateu diversos recordes, tornou-se tricampeão estadual e decidiu duas vezes o título da Copa do Brasil. Porém, desde o afastamento de Marcelo Oliveira e da licença para tratamento de saúde do supervisor Felipe Ximenes, tenho observado sinais de insegurança no Alto da Glória.
O presidente Vilson Ribeiro de Andrade, visivelmente intranquilo, tem dado declarações infelizes que contrariam a sua respeitada linha de comportamento.
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