"Não vai pedir nenhuma comparação, né?". A pergunta é do ex-goleiro Rafael Cammarota, titular do Coritiba que em 31 de julho de 1985 conquistou o título de campeão brasileiro. Ele diz não se conformar em todos quererem comparar o time "estrela de ouro" ao que disputa esta noite a final da Copa do Brasil.
"Jogamos 32 partidas, enfrentamos todos os grandes de Minas, São Paulo, Rio. Essa equipe de agora fez 11 jogos, teve só o grande desafio contra o Palmeiras", dispara Rafael. "Em termos de crédito, não tínhamos o mesmo reconhecimento que esse time tem hoje. Tínhamos um bom time, mas os clubes dos grandes centros só foram descobrir quando desbancamos o Atlético-MG na semifinal", diz o ex-goleiro sobre a final contra o Bangu, no Maracanã, vencida nos pênaltis. Hoje, vai comentar o jogo para uma rádio e torcerá pelo título coxa-branca.
Os ex-atacantes Índio e Toby também destacam poucas semelhanças entre o Alviverde de 85 e o desta noite. "Éramos um time mais de marcação, no estilo gaúcho implantado pelo professor Ênio [Andrade], que ia para o contra-ataque em velocidade, especialmente comigo e com o Édson Gomes", diz Toby, que pretende assistir ao jogo no Estádio Couto Pereira. "Essa equipe é mais técnica, joga muito bem com a bola nos pés", fala Índio, autor do gol coxa-branca na final de 85.
Ele esteve no jogo em São Januário e fala que gostaria de acompanhar a decisão no Alto da Glória. "Não recebi nenhum convite da diretoria", ressente-se. Vai assistir à final no Rio de Janeiro, com a família e prefere não revelar sua preferência. "Torço por um grande jogo. No Coritiba, vivi minhas glórias. No primeiro jogo da final [há uma semana] a torcida coxa-branca gritou meu nome, foi muito bom. Mas me criei no Vasco, onde joguei dos 16 aos 20 anos. Sou amigo do Roberto [Dinamite, presidente do time carioca] e dou aula nas escolinhas de futebol dele", fala, dividido.
Já o ex-lateral Dida, hoje comentarista esportivo, destaca uma qualidade em comum: o comprometimento dos dois elencos. "Vemos que esse Coritiba está muito focado, conseguiu grandes feitos e pode ir além. Não tem grandes estrelas e é caracterizado pela qualidade do grupo. Assim como tínhamos no Ênio, eles têm no Marcelo [Oliveira] um paizão, que favorece a união do time", avalia, acreditando em uma vitória verde e branco.
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