Veja que os dados do interior mostram que Paraná e Coritiba têm participações infímas| Foto:

Região Norte impulsiona a febre corintiana

Eles estão espalhados por todo o Paraná. Das 68 cidades pesquisadas, 36 têm o Corinthians em primeiro lugar. Em nove o time é o segundo e em 11 municípios tem a terceira maior marca – em nenhum ficou abaixo da 5ª colocação.

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Consulados alviverdes, embaixadas rubro-negras, escolinhas paranistas. Sem conquistas capazes de seduzir novos fãs, os clubes da capital esboçam um contra-ataque diplomático ao massacre forasteiro na predileção dos torcedores locais.

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No duelo capital versus interior as equipes curitibanas perdem de goleada. O Atlético surge apenas em sétimo lugar na preferência (2%), o Coritiba é o nono (1,3%) e o Paraná aparece na longínqua 12ª posição (0,35%), atrás do Londrina (0,48%), único dos representantes interioranos a configurar no resultado do levantamento feito fora de Curitiba e região metropolitana.

"Nosso futebol não se impõe porque não tem times fortes, não mantém uma regularidade. O Coritiba foi campeão em 85 e só foi voltar à Libertadores 20 anos depois. O Atlético também foi campeão, participou de três Libertadores e, quando parecia que iria engrenar, passou a brigar com o rebaixamento por três anos consecutivos. O Paraná garantiu vaga na Liberta-dores em um ano e caiu no outro. Sem resultados, perdemos mercado e não criamos núcleos fora daqui, ninguém se interessa em torcer. Não são times provincianos, são metropolitanos", critica o colunista da Gazeta do Povo, Carneiro Neto.

O Coritiba pretende expandir o projeto de consulados com representantes cadastrados no clube para atuar no estado, no Brasil e até no exterior. As metas são de ampliar o quadro de sócios e a representatividade do Coritiba em suas localidades.

Há ainda outra opção. "Dada à construção do nosso estádio, uma experiência que poderemos desenvolver no futuro é a possibilidade de o Coritiba realizar alguns jogos no interior, o que ajudaria a fortalecer esse processo de interiorização (sic)", explica o presidente alviverde Jair Cirino.

Em outubro, o Atlético iniciou a nomeação dos embaixadores rubro-negros para formar núcleos de torcedores. "Ainda é muito incipiente, com dez cidade e cerca de 40, 50 pessoas. Mas a intenção é fazer crescer, ter torcedores que ajudem a divulgar o nome do clube. Reunir grupos para assistir aos jogos uniformizados", diz o presidente rubro-negro Marcos Malu-celli.

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"O importante é torcer por algum clube daqui, mesmo que seja o Coritiba ou o Paraná. Ninguém em outro estado torce para os paranaenses", defende Juliano Rodrigues da torcida organizada Os Fanáticos.

O Atlético reviu ainda uma postura que limitava a sua visibilidade. "O que também deve fazer crescer a nossa torcida é o fato de termos aderido ao televisionamento do Cam-peonato Paranaense 2009", afirma.

A decisão responde a uma crítica do próprio responsável pela pesquisa, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira. "O veto do Atlético à transmissão dos seus jogos causou algo inusitado. Na final do Estadual deste ano, os paranaenses assistiram ao Campeonato Paulista. Como é que os clubes vão chegar aos seus consumidores? Há 35,19% de pessoas que declararam não torcer por ninguém. É um contingente imenso a ser conquistado", comenta.

A estratégia paranista foca nas crianças, com cerca de 30 escolinhas espalhadas pelo estado e inclusive no Paraguai, em Cidade do Leste e Porto Franco, próximas a Foz do Iguaçu.

A fraca representatividade tricolor na pesquisa é relevada pelo presidente Aurival Correia. "Há uma tradição grande de torcida por clubes paulistas e gaúchos. O Paraná é um clube jovem, acabamos de completar 19 anos (na sexta-feira) e o número de torcedores é esse mesmo. Com o tempo e com uma carreira mais vitoriosa a torcida pode crescer", espera. (ALM)

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