Carinho extra

A cena aconteceu na terça-feira, mas representa bem o que o técnico Marcelo Oliveira espera do estreante Davi, a partir das 19h30, contra o Cascavel. Com a mão esquerda no ombro do meia, o treinador do Coritiba caminhava pelo gramado do Estádio Couto Pereira enquanto passava instruções e, principalmente, tranquilidade ao substituto de Rafinha, durante o intervalo do treinamento coletivo.

O carinho extra com o atleta é de fácil explicação.

Além de ter de cumprir o papel de criação exercido pelo camisa 7, expulso no clássico Paratiba, ele precisará lutar contra a falta de ritmo de jogo em sua primeira oportunidade com a camisa alviverde – além de superar a sombra do experiente Tcheco, que ficará no banco de reservas.

Responsabilidade grande para quem nem sequer foi relacionado entre os suplentes no duelo contra o Paraná, domingo passado.

"Ele falou sobre condicionamento físico, para eu jogar tudo que puder em 45 minutos e avisar assim que sentir cansaço no segundo tempo. Disse para eu ficar calmo e, independentemente de como o Rafa joga, imprimir meu futebol", explicou o jogador, de 26 anos, que veio do Avaí como um dos principais reforços para a temporada.

Mais técnico, porém menos veloz e incisivo do que o ex-companheiro de Tricolor, Davi sentirá, também, a falta de entrosamento com a nova equipe. Algo que para o comandante coxa-branca, no entanto, será compensado de outra forma.

"Ele sabe meter a bola muito bem, colocar o companheiro em condição de fazer gol, tem arremate de fora da área... Natu­­ralmente vai sentir o fato de não estar jogando, mas suprirá a ausência [do Rafinha]", destacou Oliveira, que liberou o vo­­lante Léo Gago para maiores investidas ofensivas no desafio desta noite.

Além de Davi, o zagueiro Cleiton é outro que ganha oportunidade como titular por causa de uma suspensão. Jéci, que também recebeu cartão vermelho no clássico, abriu a vaga pelo lado direito do trio de zagueiros.

Apesar da mudança de peças na defesa e no meio de campo, a base e o estilo de jogo do time será mantido, segundo o treinador. Pelo menos no primeiro tempo, já que para a etapa final, por causa do desgaste já previsto, e por en­­frentar um adversário que prioritariamente irá se defender, o sistema tático pode ser alterado para algo mais ousado.

Neste caso, a ousadia significa colocar quatro atletas de mentalidade extremamente ofensiva juntos em campo. Geraldo e Anderson Aquino atuariam pelos flancos, quase como pontas, com Marcos Aurélio cumprindo o papel de segundo atacante e Leonardo, mais centralizado, como referência. "Também gostei dessa formação no treino", falou Oliveira, animando quem pede passagem para entrar em campo.

"Venho de contusão, estou há um bom tempo sem atuar, mas estou louco [para jogar]", fechou Aquino que, assim como Davi, não esconde a ansiedade pela possível estreia.

Ao vivo

Coritiba x Cascavel, às 19h30, na Rádio 98 FM (98,9) e no tempo real da Gazeta do Povo.