São Paulo - Não é somente na esfera esportiva que o técnico Jayme Netto pode ser julgado. Após ter confessado que ministrou doses de EPO seus atletas, o treinador pode vir a ser julgado em outra esfera mais ampla, podendo até mesmo ser preso. Netto disse ter injetado a substância proibida sem o conhecimento de seus pupilos. Nos casos mais graves, o uso da EPO, que aumenta a produção de glóbulos vermelhos no sangue, pode vir a causar até a morte. Se o atleta suar muito e se desidratar, o sangue tende a ficar pastoso, o que compromete sua circulação sanguínea.
Como a aplicação de EPO expõe a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente, o técnico teria violado o artigo 132 do Código Penal. Se for condenado por isso, pode ser punido com detenção de três meses a um ano. Por não possui habilitação para prescrever medicamento controlado (a EPO é indicada para pessoas com deficiências renais), ainda pode ter de responder à lei de contravenções penais. Segundo o artigo 47, exercer profissão sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício pode render prisão de até três meses ou multa.
Caso seja comprovada a participação do fisiologista Pedro Balikian e do assistente-técnico Inaldo Sena, ambos também podem vir a ser responsabilizados criminalmente.
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