Polícia promete apertar o cerco aos "organizados"
A polícia catarinense promete tolerância zero com os torcedores coxas-brancas que forem acompanhar os jogos em Joinville. Impressionado com a imagem negativa deixada pela principal organizada do clube nos episódios no Couto Pereira, no dia 6 de dezembro, e em 2008, em Florianópolis, quando a facção entrou em choque com uma torcida do Figueirense (a Império foi proibida pelo Ministério Público de ir a Santa Catarina após este episódio), o coronel da Polícia Militar, Edivar Bedin, já alertou: "Nem sequer vão entrar na cidade".
Os joinvilenses prometem receber o Coritiba de braços abertos com algumas ressalvas. No geral, a expectativa pelos jogos do Alviverde na cidade é boa. No setor administrativo, os gestores da Arena chegaram a debater a possibilidade do aluguel do campo com a torcida da casa. E a resposta foi boa."Não sentimos veto por parte da torcida do JEC", diz João Carlos Andrade, da Felej. O próprio JEC acredita que a cidade "comprará" a briga do Coxa pelo acesso. "Temos 6 mil sócios", fala o presidente do clube, Márcio Vogelsanger, que gostou do desconto oferecido pelo time paranaense aos associados da equipe local: "É uma boa parceria. Nós mesmos podemos oferecer como benefício para o próprio sócio", projeta, pensando em aumentar o quadro para 10 mil.
Nas ruas, há um misto de aprovação e preocupação com a violência. Em 1991, também pela Série B, Coritiba e Joinville se enfrentaram. À época, o estádio mais usado era o Ernesto Sobrinho, do Caxias. Houve confusão com a torcida do Coritiba, o que ainda é constantemente lembrado, assim como o episódio de 6/12 no Couto Pereira. Mas há crédito: "A gente sabe que o pessoal de Curitiba é pacato. Naquela hora (jogo do Fluminense) é fogo mesmo", disse o aposentado Ipiratan Reschiliani. Para ele, o público deve ir a campo: "Aqui tem muito paranaense e eles são Coritiba ou Atlético. Acho que vai dar certo".
No entanto, a duas semanas do primeiro jogo em Joinville, o Coxa precisa de mais divulgação aos moradores. O garçom Vágner Meurer, que costuma acompanhar o noticiário esportivo, soube da parceria pela reportagem. E brincou: "Se fosse o Atlético, eu ia com certeza. Mesmo assim, acho uma boa, só que tem de ser mais divulgado". O ingresso a R$ 80 assusta o público local. Mas há quem entenda a medida, como o pintor Marconi Andrade: "É um time bom, popular. E esse é o preço né? Time pequeno é mais barato mesmo", compara, acostumado a ir aos jogos do JEC por até R$ 20.
A imprensa também dará cobertura à passagem coritibana na cidade. O coordenador de esportes da Rádio Globo Joinville, Gérson Machado, pretende transmitir os jogos. "Estamos negociando, conversando com a diretoria do Coritiba", anuncia, quase pedindo um apoio oficial. O principal jornal diário da cidade, A Notícia, do Grupo RBS, também dará destaque ao Coritiba. "Como temos foco no local, nos dias de jogos vamos tratar como sendo a coisa mais importante daqui. O Coritiba vai ocupar um espaço de abertura de caderno, como prestação de serviço", conta Edenílson Leandro, editor de esportes.
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