Os torcedores envolvidos ontem na confusão no Estádio Couto Pereira poderão ser enquadrados, entre outros crimes, por tentativa de homicídio, segundo o delegado-titular do Centro de Operações Policiais (Cope) da Polícia Civil, Miguel Stadler, que prestou apoio à Polícia Militar na segurança da partida entre Coritiba e Fluminense.
Logo após a confusão, Cope e PM começaram operação conjunta para identificar e prender os baderneiros. "Já temos identificadas algumas pessoas que estavam por trás da confusão, incitando outros torcedores", afirma o delegado. No total, 17 pessoas, inclusive três policiais militares, ficaram feridas na briga. Dois estão em estado grave. Todos foram encaminhados aos pronto-socorros dos hospitais Cajuru e Evangélico.
Cerca de 30 pessoas foram detidas ontem. Porém, tanto a PM quanto o Cope vão solicitar hoje imagens da confusão captadas pelas câmeras do estádio e pela imprensa para identificar outros baderneiros. Segundo o coronel Jorge Costa Filho, comandante do Policiamento da Capital, será solicitado ao Ministério Público que denuncie à Justiça os torcedores que causaram transtornos. "Nosso objetivo é que, a partir da investigação da Polícia Civil, essas pessoas sejam responsabilizadas criminalmente", comenta o coronel.
Sobre o policiamento, o coronel Costa afirmou que havia uma efetivo suficiente no estádio. No total, 700 policiais militares trabalharam no Couto Pereira e arredores, inclusive para acompanhar a torcida no deslocamento após a partida. Só no gramado, estavam 50 PMs, que não conseguiram conter a invasão da torcida. Como comparativo, informa o coronel, o efetivo normal da PM em dias de jogos é de 180 homens no estádio e cercanias. "Era um mar de policiais, mas algumas pessoas estavam completamente descontroladas", comentou o comandante do Policiamento da Capital.
Feridos
Dos 17 feridos, estão em estado grave um torcedor, cuja identidade não foi revelada, que levou um tiro de arma de fogo na cabeça, internado no Evangélico, e Ivan Roberson Wolanski de Castro, 20 anos, que levou um tiro de borracha no ombro direito. Ainda na noite de ontem, Castro passaria por uma cirurgia de reconstituição da clavícula no Hospital Cajuru. Outras quatro pessoas foram baleadas. Duas por projéteis de arma de fogo e duas por bala de borracha. Nenhuma corre risco de morte.
Os três policiais militares feridos foram encaminhados ao Cajuru. Entre eles o soldado Luiz Ricardo Gomide, 38 anos, que desmaiou no gramado do Couto Pereira após ser atingido por um objeto lançado por um torcedor. A suspeita era de que ele havia fraturado o nariz. Nenhum dos PMs corre risco de morte.
Dois torcedores foram transferidos para o Hospital Evangélico pelo helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com o inspetor Fabiano Moreno, da Comunicação Social da PRF, a equipe se deslocou ao Couto Pereira após assistir à confusão pela tevê. "A a equipe do helicóptero foi ao estádio prestar atendimento ao policial que estava desacordado. Como ele já havia sido levado ao hospital, prestamos atendimento a outros dois feridos", informa Moreno.
Colaborou Robson Martins
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