Calama, Chile "Vimos a partida do Paraná, mas não nos impressionou nem as individualidades e nem a forma como jogam."
A afirmação acima é do meio-campista Esteban Paredes, um dos destaques do Cobreloa (marcou três na última partida), e dá bem o tom de como os jogadores chilenos estão encarando o jogo de hoje à noite.
Os donos da casa, aparentemente, acham que vai ser fácil. E que no primeiro tempo já podem abrir uma boa vantagem no marcador. "Vamos procurar a vitória desde o começo e fazer muitos gols", completa o volante Juan Luiz Gonzalez.
A estratégia do time dirigido por Gustavo Huerta é bem essa: partir para cima desde o primeiro minuto, como ocorreu com o Antofagasta, na estréia do Nacional, na vitória por 7 a 1. O resultado empolgou tanto, que nem o vídeo da partida do Paraná contra o Londrina, os 5 a 2, mudou a idéia do treinador.
"Vamos ser fiéis ao nosso estilo. Vamos partir para cima com o primeiro objetivo de ganhar a partida. Se vier uma goleada, melhor ainda", afirmou Huerta.
A única coisa que faz a euforia dos Laranjas diminuir é o fato do Paraná ser uma equipe brasileira. E quando o assunto é esse, o discurso chileno fica um pouco mais contido.
O próprio Esteban, que ainda não sabe se vai jogar (teve uma contratura muscular na coxa esquerda e fará um teste minutos antes da partida) reluta em repetir a confiança de outrora. "Sim", diz. "Por isso é que temos de tomar alguns cuidados. Pois o futebol brasileiro sempre surpreende."
Pelo mesmo motivo, o 10 laranja, José Luiz Dias, mostrou mais respeito ao adversário: "Manejam bem a bola, como todo o futebol brasileiro. Será um adversário difícil. Temos da marcar um ou dois gols no primeiro tempo para abrir mais o jogo depois."
O último treino do Cobreloa foi realizado ontem pela manhã. Apenas um recreativo: dois toques na bola. O clima ameno e tranqüilo, também se estende aos dirigentes do clube chileno. Confiantes, conversaram com a imprensa, depois se encontraram com os dirigentes do Paraná no gramado do Estádio Municipal.
Na conversa dos dois presidentes, Augusto González convidou José Carlos de Miranda para, após o jogo, dar um passeio na mina Chuquicamata, de cobre, a maior do mundo a céu aberto. Resta a pergunta: se o Paraná vencer, o convite continuará de pé?