Um título que mostrou que o futebol tem lógica, sim. Ninguém fez sombra para o Coritiba. Campeão do primeiro turno, repetiu a dose no returno ainda não encerrado. Antes do Atletiba havia uma tênue esperança de que a disputa do título ficasse para a rodada de finalização do campeonato.
O imprevisível e a superação, em todos os sentidos, poderiam protelar a conquista do bicampeonato. Tamanha surpresa só ocorreria se o Atlético fosse capaz de surpreender. Nada aconteceu que pudesse causar fatos novos relevantes, viabilizando uma vitória do Rubro-Negro.
Ao contrário, outra vez o Atlético perdeu muito cedo o equilíbrio emocional. Aos oito minutos do primeiro tempo Manoel agrediu covardemente o atacante Bill, acertando uma cotovelada no rosto do atacante. Não dá para confiar em jogador com tamanho destempero, desequilibrado e beligerante. Manoel foi punido com justa expulsão e deixou o seu time com dez jogadores e uma defesa enfraquecida. Ficou bem mais fácil para o Coritiba se igualar ao Palmeiras e alcançar a vigésima primeira vitória, recorde brasileiro. O Atlético ainda tentou, mas não resistiu à superioridade natural do adversário e entregou-se ao Coritiba.
Aos 31 minutos o goleiro Renan fez uma grande defesa, mas, infeliz, cortou a bola na direção da cabeça de Bill, que empurrou para marcar a inauguração do placar. Treze minutos depois, Bill, outra vez ele, colocou de fora da área a bola no canto esquerdo de Renan e praticamente ceifou o que faltava de força ao Atlético. Para consolidar o terceiro título do Coritiba na Arena da Baixada (2004, 2008 e 2011) Leonardo marcou com refinado estilo o terceiro e último gol, aos 42 minutos do segundo tempo. Goleada clássica de um campeão grandioso, melhor do que os adversários em todos indicadores de qualidade do campeonato. Deixou escapar duas vitórias porque empatou com o Paraná e com o Arapongas.
O campeonato não apresentou um único time, sequer, capaz de disputar o título com o Coritiba. Colocada tantas vezes em dúvida, a lógica do futebol prevaleceu. São dez clássicos entre Coritiba e Atlético sem uma escassa vitória dos rubro-negros. Os 16 pontos de vantagem do campeão são mais do que suficientes para dispensar qualquer comentário . Com o melhor técnico, o mais eficiente trabalho político-administrativo, o melhor elenco e o time mais qualificado, impossível fazer o menor reparo à conquista.
Uma lição
Para o ex-presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, que impediu que o Coritiba recebesse a taça de campeão de 2008 na Baixada sob o pretexto da violência. Pois ontem a tese chula foi desmontada. Bastou a diretoria do Atlético se comportar com elegância e respeito aos campeões legítimos e inexoravelmente merecedores. Tudo em paz.
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