O governador do Paraná está de acordo com o calote pregado pelo seu secretário para Assuntos da Copa? A reportagem, excelente, publicada neste jornal na edição de ontem, coloca Beto Richa em uma sinuca de bico. A omissão diante da gravidade da posição do auxiliar de governo significa tácita concordância com os termos do discurso pronunciado por Mário Celso Cunha para os conselheiros do Atlético. Nem todos ficaram calados diante da ideia que causa estupefação em qualquer pessoa que cultive a honestidade como regra de vida.
Marcos Malucelli, então presidente do Atlético e presente à reunião, disse com clareza que se não havia problema não pagar a dívida contraída com o BNDES que o então responsável pelos assuntos da Copa do Mundo na Câmara Municipal desse o aval pessoal para garantir o empréstimo. Mário Celso cometeu o grave erro de confundir sua condição de torcedor fanático do Atlético com a investidura no mandato de vereador de Curitiba. E mais, estaria falando em nome de Luciano Ducci de quem é fiel escudeiro e membro da desmoralizada Câmara Municipal de Curitiba?
Tenho insistido na necessidade de aval dos gestores das despesas que estão e serão assumidas em nome do Clube Atlético Paranaense. Os membros da entidade formada por dirigentes do rubro-negro gastam como querem. São eles os fiscais das decisões da Sociedade de Propósito Específico (SPE). No mínimo uma estranha dubiedade, gastar e fiscalizar o que foi gasto.
O dinheiro público não pode, pelo princípio constitucional da moralidade, ser objeto de calote. Tomar dinheiro por intermédio da Fomento Paraná do governo do Estado e não pagar como falou aos conselheiros do Rubro-Negro o secretário que Beto Richa escolheu para compor a equipe de governo é calote explícito. O governador e o prefeito Ducci só apareceram para tirar fotografias no falso início de obras de conclusão da Arena. Estão calados, assustando a sociedade pela forma indiferente como tratam de matéria tão relevante para a administração pública.
Até parece que só falta dinheiro para os professores, policiais civis, militares e saúde pública.
Ainda não tenho razões para não confiar em Beto e Ducci. Como jornalista e cidadão nascido e feito em Curitiba não devo praticar o delito da omissão e calar diante da pregação de um calote em cima da população do Paraná.
Dinheiro público é para servir o povo em geral, nunca para prestar favores, satisfazer vaidades e alimentar objetivos desprezíveis, distantes das necessidades mais urgentes dos paranaenses de todos os cantos do estado.
POST SCRIPTUM
O colunista espera uma palavra oficial do governador e do prefeito de Curitiba sobre o gasto do dinheiro entregue aos governantes em forma de impostos. Quando os contribuintes não honram pagamentos devidos ao poder público são impiedosamente perseguidos pelos advogados do oficialismo. Mais um calote é demais. Sobretudo com a cumplicidade do poder público, autor do calote dos precatórios, prejudicando pensionistas, aposentados e suas famílias. Seriedade, gente!
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